domingo, 27 de janeiro de 2013

A cidade de Santos tem muito a ver com o café. O comércio e a exportação do produto que fez a riqueza nacional estão intimamente ligados com o progresso da cidade. Hoje com menor importância na economia de nosso País, a exportação de café pelo porto de Santos ainda é muito importante e tem fundamental relevância na economia de Santos e do Brasil. Pelo Porto de Santos é exportado 77% do total das exportações de café brasileiro.
Foto: acervo do historiador Waldir Rued
Imagem: acervo do professor e pesquisador santista Francisco Carballa
Acervo José Carlos Silvares/Santos Ontem na rede social FaceBook
No século XIX até meados do século XX, num Brasil já independente de Portugal, o café se tornou rapidamente na principal fonte de riqueza. Foi o que se passou a chamar de Ciclo Econômico do Café. Nesta época,ao contrário dos ciclos econômicos anteriores (ouro e açúcar), grande parte da renda do café não mais ia para Portugal, mas ficava por aqui mesmo. Foi assim que se formou o capital que a partir do século XX, disparou o ciclo da industrialização em nosso País, que veio se firmando crescentemente até os dias atuais. A principal fonte de renda que deu origem ao capital para o desenvolvimento da nascente indústria brasileira veio da produção e da exportação de café.
O dinheiro do café e sua exportação pelo porto de Santos trouxe grandes investimentos na cidade, levando a uma revolução urbana. Diversas ruas,praças, avenidas e edifícios foram construídos. Cassinos e teatros foram abertos e a vida cultural e social em Santos tornou-se bastante agitada. Um passeio pelo centro da Cidade pode dar uma ideia muito rica da importância que o ciclo do café teve para o desenvolvimento de Santos.
Bolsa do Café em Santos
Na matéria anterior, vimos que os principais clubes sócio-recreativos de Santos foram fundados por executivos e membros de empresas inglesas ligadas ao comércio e exportação de café.
As exportações de café do Brasil encerraram o ano de 2011 com aumento no volume embarcado e no faturamento. A receita cambial com exportação de café registrou recorde de US$ 8,706 bilhões em 2011, representando elevação de 53,6% em relação a 2010. Já o volume exportado apresentou aumento de 1,3% em relação ao ano anterior, alcançando 33,455 milhões de sacas de 60 quilos. Em 2010 foram embarcadas 33,03 milhões de sacas. 
Segundo o balanço, os Estados Unidos lideram a lista de países importadores, com 7,30 milhões de sacas (22% do total exportado), seguido pela Alemanha, com 6,23 milhões de sacas (18% do total), e Itália, com 2,69 milhões de sacas (8%). No quarto lugar está o Japão, com 2,59 milhões de sacas (8% do total).

Os embarques de café em 2011 foram realizados principalmente pelo Porto de Santos (77,2% do total, ou 25,83 milhões de sacas), Porto de Vitória (14,5%, ou 4,86 milhões de sacas) e pelo Porto do Rio de Janeiro (6,2%, ou 2,06 milhões de sacas).



Volume em sacas de 60 Kg / Receita em mil US$ / Preço Médio em US$ por saca

A produção de café no Brasil é responsável por cerca de um terço da produção mundial de café o que faz o país ser de longe o maior produtor - uma posição mantida nos últimos 150 anos. Apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial, o mercado global não é dominado por empresas brasileiras. O mercado doméstico de café é dominado por duas empresas americanas Sara Lee e Kraft Foods.

O MUNDO BEBE CAFÉ
Uma saborosa viagem por países e culturas diversas, em uma xícara de café.
Um milenar e delicioso ingrediente. Diferentes culturas, tradições e paladares, diferentes aromas e sabores. Influenciado por antigas tradições ou hábitos modernos, por diferenças no preparo, tipo do café, ingredientes adicionais ou acompanhamentos, melado ou amargo, pouco importa. Cada povo encontra sua justificativa e maneira singular de apreciar o velho e bom café.
No Brasil, como em outros países, o hábito de tomar café tem muitas vezes um caráter "ritualístico". Uns tomam para relaxar, outros para se manter acordados e ativos, alguns para fazer uma pausa no trabalho. Autêntico companheiro de conversas, o café é também um forte aglutinador social, usado sempre como pretexto para uma reunião. Mais forte, mais suave, instantâneo, expresso, orgânico, descafeinado, gourmet.

Há mais de 750 anos surgiu o habito de tomar café. Muito se discute, mas não se sabe ao certo onde, nem quando – exatamente – surgiu esse habito, mas hoje é um costume da maioria das pessoas tomar café pela manhã, já que o mesmo trás disposição para todo o dia, pois é difícil encontrar quem não goste de um cafezinho feito na hora. Com açúcar ou adoçante, ele é sempre muito bem vindo pelos amantes dessa bebida.
O hábito de tomar café foi desenvolvido na cultura árabe. No início, o café era conhecido apenas por suas propriedades estimulantes e a fruta era consumida fresca, sendo utilizada para alimentar e estimular os rebanhos durante viagens. Com o tempo, o café começou a ser macerado e misturado com gordura animal para facilitar seu consumo durante as viagens.
Em 1000 D.C., os árabes começaram a preparar uma infusão com as cerejas, fervendo-as em água. Somente no século XIV, o processo de torrefação foi desenvolvido, e finalmente a bebida adquiriu um aspecto mais parecido com o dos dias de hoje.

A cultura do café
Fui um produtor apaixonado de café por mais de 25 anos, de 1982 a 2007 na Fazenda Solange em Santa Cruz do Rio Pardo.
Meu avô paterno, Ataliba dos Santos Baptista também foi um produtor apaixonado de café na fazenda Armandina, em Bela Vista do Paraíso e Fazenda Sertão Novo, em Cruzeiro do Oeste, no estado do Paraná e também na Fazenda Solange em Santa Cruz do Rio Pardo.
  Existem duas espécies de cafeeiro : o arábica,Coffea arábica, que produz um café de de melhor qualidade e o robusta(ou conillon), Coffea canephora, com pés e produção bem maiores que o arábica, mas de menor valor econômico por ser de qualidade inferior.
 O cafeeiro não é nativo das Américas e sim das estepes da Etiópia.
Em 1712 Francisco de Melo Palheta trouxe mudas de café das Guianas Francesas e as primeiras foram plantadas no estado do Pará.
Foto Sergio P. Pereira Ufla e Carlos Henrique S. Carvalho Embrapa Café

O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, e segundo maior consumidor do produto, apresenta, atualmente, um parque cafeeiro estimado em 2,3 milhões de hectares. São cerca de 287 mil produtores que, fazendo parte de associações e cooperativas, distribuem-se em 15 Estados: Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo.
Os principais estados produtores de café no Brasil são Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná. Em segundo plano, estão Rondônia e Bahia.
O cafeeiro é cultivado em altitudes que variam de 400 a 1200 metros. Com relação aos solos de Cerrado, estes devem apresentar profundidade mínima de 1 metro, serem bem drenados e não muito arenosos.No preparo do terreno todas as operações necessárias são realizadas (aração, gradagem, subsolagem, marcação das ruas, abertura das covas e plantio).
As principais variedades de café arábica são Mundo Novo, Catuai Amarelo e Vermelho e Bourbon Amarelo e Vermelho.
Foto Divulgação Incaper
 O café deve ser colhido quando os frutos estão maduros (coloração vermelha ou amarela de acordo com a variedade) e depois levados para os terreiros, onde após a lavagem e separação dos grãos maduros, verdes e secos, são secados ao sol, com um processo manual e gradativo, mexendo sempre com rastelos apropriados. Depois são levados para secadores onde o processo final de secagem e uniformização são completados.
 Fotos Anisio Diniz Embrapa Café e Sergio P. Pereira Ufla
Depois de colhido o café é provado por técnicos degustadores e classificados de acordo com sua bebida:
Bebida  estritamente mole
Considerada a melhor bebida do café, apresenta aroma muito agradável, é intensamente suave e bastante doce, podendo ser ingerida naturalmente sem adição de açúcar.



Bebida mole

Esta apresenta as mesmas características da bebida estritamente mole, só que a suavidade e a doçura são menos intensas.

Bebida  apenas mole

Apresenta pouca suavidade e doçura; percebe-se leve adstringência no fundo.
Bebida dura
Apresenta um travo na língua, transmitindo uma sensação de secura e aspereza na boca, como se tivéssemos comendo uma fruta verde com cica.
Ainda dentro da espécie coffea arabica, temos as bebidas fenicadas de sabores químico medicinal enquadradas como do grupo II:

Riada

Apresenta um leve aroma e sabor químico medicinal, que lembra gosto de remédio.

Rio

Tem aroma e sabor químico medicinal mais acentuados que a bebida riada.
Rio zona
O aroma e o sabor químico medicinal dessa bebida são muito fortes, podendo ser percebidos com muita facilidade.
Podemos concluir que as bebidas riada, rio e rio zona têm o mesmo aroma e sabor, estando a diferença entre elas associada à intensidade dessas características em cada uma das bebidas.
Característica e sabor do café da espécie coffea canephora – café robusta/conillon:
Esse café apresenta um gosto rústico característico e sui generis que se assemelha ao aroma e gosto do milho torrado. Atualmente, os degustadores vêm adotando três faixas de avaliações para essa bebida.
Muito leve gosto do conilon (bebida neutra)
Quando o gosto do conilon é quase imperceptível ao paladar, considerado bebida neutra, não sofrendo influência no sabor dos defeitos ou outro gosto estranho, a bebida do conilon é considerada como de excelente qualidade.

Médio  gosto do conilon

A classificado nessa faixa é realizada quando começa a ocorrer influência dos defeitos na bebida. Dessa forma, o gosto do conilon fica mais acentuado, sendo considerado como de média qualidade.
Forte gosto do conilon
Quando a bebida apresenta acentuado gosto dos defeitos e o sabor do conilon fica muito forte e muito amargo, é considerada de pior qualidade.

 Fontes:
 Manual do Professor - O Porto de Santos e a História do Brasil http://www.grupoescolar.com/pesquisa/ciclo-do-cafe--historia-do-brasil.html


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