quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

História das escolas de samba do Rio de Janeiro e seus sambas enredo inesquecíveis.

O samba-enredo, é um sub-gênero do samba moderno, surgido no Rio de Janeiro na década de 1.930, feito especificamente para o desfile de uma escola de samba.
Anualmente, as escolas de samba costumam promover concursos internos, onde várias músicas são apresentadas ao público em suas quadras, onde ao final, normalmente entre os meses de setembro e outubro, uma delas é escolhida como samba-enredo oficial para o Carnaval do ano seguinte. Algumas vezes, opta-se por fundir dois ou mais sambas-enredo que sejam do agrado dos membros da escola.
O samba campeão embala a escola durante a fase de preparação, ensaios técnicos até ser apresentado no desfile de carnaval. Para que um samba seja considerado samba-enredo, o mesmo deve retratar o enredo escolhido pela comissão de carnaval da escola (não confundir enredo com tema). O samba-enredo é um dos quesitos utilizados no julgamento dos desfiles das escolas. A evolução da escola em muito depende do andamento do samba e seu desenrolar na avenida: algumas escolas preferem deixar o samba mais calmo, outras mais agitado, ou ainda mais românticos! Tudo depende de seu estilo de desfile que pode mudar de carnaval para carnaval.
Escolas de Samba que tradicionalmente se apresentam com uma quantidade muito grande de componentes, em geral usam uma batida mais rápida para acelerar o movimento dos foliões na avenida e manter a harmonia do conjunto.
Até 1.947 as escolas de samba cantavam durante o desfile, dois ou três sambas que não faziam alusão ao enredo.
Composto de um refrão pronto anteriormente e, durante o desfile, eram feitas improvisações. Em 1.946, a instituição que, à época, organizava os desfiles das escolas de samba, proibiu a improvisação, exigindo que todas usassem o samba-enredo, que já havia surgido, sendo cantado eventualmente por algumas escolas. Ficou famoso neste ano o caso da escola de samba Prazer da Serrinha, que ensaiou o samba-enredo "Conferência de São Francisco" (de autoria de Silas de oliveira e Mano Décio da Viola), mas no momento do desfile acabou por apresentar um samba de terreiro, o que levou a escola a uma má
colocação e precipitou o surgimento da dissidência Império Serrano, no ano seguinte.
Em 1.967, o samba-enredo da Mangueira "O Mundo Encantado de Monteiro Lobato" fez sucesso por todo o Brasil, em gravação de Eliana Pittman, estimulando o lançamento do primeiro álbum de sambas-enredo, que reunia todos os sambas do ano, em 1.968, intitulado "Festival do Samba".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Samba-enredo

Dentre os quesitos apresentados por uma escola de samba durante o carnaval, o mais importante deles é o samba-enredo, onde conta-se de forma resumida a história que a agremiação apresentará.
Surgiu no Rio de Janeiro, em meados de 1.930, através da apresentação de uma escola de samba que levou a novidade para a passarela.
O sucesso foi tão grande que as outras agremiações aderiram ao modelo.
A escolha do samba-enredo é feita através de concursos internos nas escolas, onde são apresentadas as músicas. Mas a escolha do samba é feita pelo público ouvinte, ou seja, os próprios integrantes da escola. Muitas vezes, quando dois sambas disputam a classificação, os dirigentes optam por fundir os mesmos, a fim de conseguir melhores resultados, uma cadência mais harmoniosa e rica.
A letra do samba-enredo pode ser interpretativa ou descritiva, sendo que a descritiva apresenta o assunto com riqueza de detalhes.

A melodia deve ser alegre e contagiante, com características marcantes, próprias da escola que se apresenta, além do bom gosto quanto à articulação da letra.
É importante que a harmonia da melodia facilite o canto, pois dessa forma promove o aprendizado da letra e contagia o público, que canta fervorosamente, tornando o espetáculo mais bonito.

Caso ocorra pane no carro de som, durante a apresentação de alguma escola de samba, os integrantes serão os responsáveis por puxar o samba até o final do desfile, em total harmonia com os batuques da bateria, para garantir que não percam pontos.

Na verdade, uma pane no carro de som não causa perda de pontos, mas se os integrantes não assumirem o papel de puxadores, isso acarretará tais perdas.
Por isso, é importante que todos os componentes participem dos ensaios, a fim de sustentar a escola caso haja problema na hora do desfile. A harmonia e a integração se tornam perfeitos quando o grupo está bem ensaiado.

Dos sambas-enredo, serão avaliados pelos jurados: a letra, a adequação da mesma ao enredo, o bom gosto e a riqueza poética, o entrosamento dos versos com as melodias, o ritmo integrado à letra, a harmonia musical, a facilidade da letra e da música, dentre outros.
http://www.brasilescola.com/carnaval/samba-enredo.htm



Há sempre aqueles sambas que, a cada ano, são lembrados em bailes, festas e celebrações carnavalescas como os melhores já escritos e entoados desde 1.932, quando aconteceu o primeiro desfile das escolas do Rio. Seja por simbolizarem a quebra de barreiras no mundo do samba, ou pela inventividade de seus versos e melodias, eles entraram para a história como clássicos do carnaval. Para aquecer sua folia com o melhor do samba, elegemos nosso top 10, que compartilhamos abaixo com você. Ouça, relembre os tempos antigos e boa folia! 

1 - Aquarela brasileira (Império Serrano 1.964)
"Vejam esta maravilha de cenário", diz a canção, considerada uma das mais bonitas já apresentadas na história do carnaval carioca. Já no primeiro verso, o samba da verde e branco da Serrinha mostra a que veio: apresentar as belezas da natureza, da arquitetura e da cultura brasileiras.
A obra foi escrita em homenagem a uma das canções mais populares da MPB: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso (1.939). Mesmo passando por dificuldades e enfrentando sucessivos rebaixamentos ao grupo de acesso, em 2.004 a Império Serrano reeditou o samba e levantou a Sapucaí. 


2 - Cântico à Natureza (Mangueira 1.955)

A Estação Primeira de Mangueira conquistou o segundo lugar no carnaval do ano de 1.955 com um samba de Alfredo Português, Nelson Sargento e Jamelão. A canção narrava as quatro estações do ano, enredo da escola naquele carnaval, culminando numa ode à estação das flores. 



3 - Chica da Silva (Salgueiro 1.963)
No início dos anos 60, a vermelho e branco da Tijuca homenageia personagens negros que marcaram a história do Brasil. Após Zumbi dos Palmares, em 1.960, em 63 foi a vez de Xica da Silva ser homenageada pelos salgueirenses. Noel Rosa de Oliveira, em parceria com Anescarzinho, escreveu e interpretou o samba da escola. 




4 - Os Cinco Bailes da História do Rio (Império Serrano 1.965)

Outro clássico dos sambas enredo saído da Império Serrano, este marcou e revolucionou o carnaval carioca por romper uma barreira no machista mundo do samba. Ao lado de Silas de Oliveira e Bacalhau,  Dona Ivone Lara assinou Os Cinco Bailes da História do Rio, sendo a primeira mulher a compor um samba-enredo na história. Ao narrar cinco momentos de festa (a celebração de 20 anos de existência do Rio; a promoção da cidade à capital; a coroação de D. Pedro; a proclamação da Independência; e, por fim, a extinção da monarquia), escola da Serrinha foi vice campeã naquele ano. 




5 - Domingo (União da Ilha 1.977)
Criado por Waldyr da Vala, Aurinho da Ilha, Ione do Nascimento e Adhemar de A. Vinhaes, o samba apresenta situações emblemáticas de um típico dia de domingo na cidade maravilhosa. O desfile deu à União da Ilha, que nunca foi campeã do Grupo Especial, o terceiro lugar no campeonato de 1.977. O samba tornou-se um dos maiores sucessos da escola, sendo regravado por Emílio Santiago. 

6 - Heróis da Liberdade (Império Serrano 1.969)
O samba do ano de 1.969 da Império Serrano é lembrado até hoje pelo seu caráter provocador. Em plena ditadura, a canção de Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manoel Ferreira clamava a liberdade e relembrava passagens de nossa história marcadas pela opressão: a Inconfidência Mineira, a abolição da escravatura, e o período pré-independência. Mais tarde, foi regravado por intérpretes como Martinho da Vila, João Bosco e Maria Rita. 
7 - Kizomba, Festa de uma Raça (Vila Isabel 1.988)
Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila compuseram o samba que daria, em 1.988, o primeiro campeonato à Unidos de Vila Isabel. Ao som deste, que foi considerado um dos mais belos sambas da história do carnaval carioca, a Vila levantou a Sapucaí com um bonito desfile. Em meio a plumas e paetês, matérias primas incomuns como a palha e o sisal foram amplamente utilizados para contar a história da influência negra na cultura universal. 
8 - Lendas e Mistérios da Amazônia (Portela 1.970)
No primeiro carnaval dos anos 70, a Portela foi campeã com o samba de Catoni, Jabolô e Valtenir, que falava das tradicionais lendas que povoam o imaginário amazônico. Uma onomatopéia que imitava o som dos instrumentos da bateria fez o refrão cair na boca do povo: "Ô esquindô, lá, lá, esquindô lê, lê". Curiosidade: também neste carnaval, a Portela começou a trazer, em seu abre-alas, a figura da águia. A prática, desde então, virou tradição da escola. O enredo e o samba campões foram reeditados e levados à avenida em 2.004, e deu à azul e branco o sétimo lugar.
9 - O Mundo Encantado de Monteiro Lobato (Mangueira 1.967)
O décimo campeonato do carnaval carioca da Mangueira veio com a homenagem a Monteiro Lobato, cantada no samba de Hélio Turco, Darci, Jurandir, Batista e Luiz. Por muitos considerado o melhor samba-enredo de todos os tempos, foi interpretado pelo saudoso Jamelão e é cantado, na gravação abaixo, por Elza Soares. 


10 - Os Sertões (Em Cima da Hora 1.976)
O último da seleção, por sua vez, é também considerado por especialistas uma canção carnavalesca memorável, das melhores já criadas na história. Fala da realidade dos sertanejos nordestinos, e das dificuldades da vida na região árida do interior da Bahia. No entanto, no ano em que apresentou o aclamado samba de Edeor de Paula, a escola Em Cima da Hora terminou na penúltima colocação, com o 13º lugar. Mesmo com um samba premiado, a escola foi rebaixada.
http://vejario.abril.com.br/especial/samba-enredo-famosos-676991.shtml

Qual é o melhor samba-enredo de todos os tempos?
Quem não gosta de samba, já avisava Dorival Caymmi, bom sujeito não é. Ruim da cabeça ou doente do pé, como dizia a letra de “O Samba da Minha Terra”, pouco importa.


Quem não gosta do gênero costuma dizer que samba-enredo é tudo igual: temas batidos, melodias previsíveis, rimas pobres.

Alguns, mais exaltados, chegam a afirmar que já não se fazem mais sambas-enredos como antigamente. Será mesmo?
Para responder a essa e outras perguntas, reunimos um júri de dez bambas, como o jornalista Haroldo Costa, o compositor Martinho da Vila e a cantora Beth Carvalho.


Juntos, eles ajudaram a eleger o melhor samba-enredo de todos os tempos: “Heróis da Liberdade”, do Império Serrano em 1.969.
Coincidência ou não, um samba composto há mais de 40 anos.
Dos 10 especialistas consultados, três votaram em “Heróis da Liberdade”: Ricardo Cravo Albin, Haroldo Costa e Fábio Fabato.
“Esse samba-enredo abriu um clarão poético de luz em plena treva da ditadura militar. Foi um protesto ao mesmo tempo sutil e veemente”, justifica o pesquisador Ricardo Cravo Albin, autor de MPB – A História de Um Século.
Em 1.969, no primeiro desfile carnavalesco pós-AI-5, a Império Serrano desfilou na Presidente Vargas sob voos rasantes de um avião da Força Aérea Brasileira.
“A censura, claro, torceu o nariz para a letra do samba e forçou a mudança de uma palavra: ‘É a revolução em sua legítima razão’ virou ‘É a evolução em sua legítima razão’”, salienta o jornalista Fábio Fabato, que está lançando As Três Irmãs – Como Um Trio de Penetras Arrombou a Festa, sobre a Mocidade Independente, Beija-Flor e Imperatriz Leopoldinense.
Um dos autores de “Heróis da Liberdade”, em parceria com Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira, o compositor Silas de Oliveira é considerado o pai do samba-enredo.

Embora tenha votado em “Os Sertões”, do Em Cima da Hora em 1.976, o jornalista Sérgio Cabral faz questão de enaltecer a obra do compositor carioca, falecido em 1.972.
“É muito difícil escolher apenas um samba-enredo como o melhor. Poderia escolher qualquer um do Silas de Oliveira e estaria muito bem escolhido”, afirma o autor de Escolas de Samba do Rio de Janeiro.
http://www.saraivaconteudo.com.br/Materias/Post/44110

Samba Enredo 1.994 - Atrás da Verde e Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu
G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (RJ)
Bahia é luz
De poeta ao luar
Misticismo de um povo
Salve todos orixás
Quem me mandou
Estrelas de lá
Foi são salvador
Pra noite brilhar
Mangueira!
Jogando flores pelo mar
Se encantou com a musa
Que a Bahia dá
Obá berimbau ganzá
Ô capoeira bis
Joga um verso pra iaiá
Caetano e Gil ôô
Com a tropicália no olhar
Doces bárbaros ensinando
A brisa a bailar
A meiguice de uma voz
Uma canção
No Teatro Opinião
Bethânia explode coração
Domingo no parque amor
Alegria alegria eu vou
A flor na festa do interior
Seu nome é Gal
Aplausos ao cancioneiro
É carnaval é Rio de Janeiro



Me leva que eu vou
Sonho meu
Atras da verde-e-rosa
Só não vai quem já morreu
http://letras.mus.br/mangueira-rj/47187/





A Mangueira mantinha as tradições e crenças de seus ancestrais, seus batuques e seus cantos, agora abrasileirados, numa fusão de tradições de várias nações africanas, com influências indígenas e também dos brancos: afro-brasileiras.
O candomblé e a umbanda tinham muitos adeptos na comunidade e alguns casebres serviam de templos. Neles eram realizadas cerimônias religiosas e outras comemorações. Os terreiros de Tia Fé, Chiquinho Crioulo, de Minan e Maria Rainha, entre outros, serviam ao sagrado e ao profano, ao som dos atabaques.
Nos Carnavais, como não podiam participar dos elegantes desfiles dos brancos, tinham seus blocos para se divertirem.
Familiares, tudo com muito respeito. Mas justamente os melhores sambistas – e Mangueira já era um conhecido reduto do samba – não eram bem vindos. Eles bebiam, falavam palavrão, se metiam em brigas e por conta disso estavam barrados nos blocos carnavalescos das famílias do morro. Para resolver o problema, criaram um bloco só de homens, o Bloco dos Arengueiros, que significa fazer arengaria, algazarra, farra, bagunça. Segundo contam, saíram pela primeira vez em 1.923, vestidos de mulher, arrumando briga com todos os outros blocos que encontravam.
Depois de apanharem, baterem e serem presos por cinco anos, no dia 28 de abril de 1.928, decidiram unir todos os blocos de Mangueira, para desfilar na Praça Onze. Reuniram-se Angenor de Oliveira (Cartola), Saturnino Gonçalves (Seu Saturnino), Abelardo da Bolinha, Carlos Moreira de Castro (Carlos Cachaça), José Gomes da Costa (Zé Espinguela), Euclides Roberto dos Santos (Seu Euclides), Marcelino José Claudino (Seu Maçu) e Pedro Paquetá e fundaram o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Como seu primeiro presidente, elegeram o Sr. Saturnino Gonçalves.
Por sugestão de Cartola, adotaram as cores verde e rosa, do Rancho do Arrepiado, de Laranjeiras, lembrança dos carnavais de sua infância. Recebeu o nome de Estação Primeira porque a primeira parada do trem, que saia da Estação de Dom Pedro para o subúrbio, onde havia samba, era Mangueira. Esses oito jovens que fundaram o G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira, jamais
pensaram que, oitenta anos depois, a Escola que fundaram não seria apenas uma Escola de Samba. Não podiam imaginar que o morro em que moravam teria uma população de quarenta e cinco mil habitantes.
Que as ações sociais desenvolvidas pela Estação Primeira de Mangueira atenderiam diariamente dez mil moradores do morro. Que uma mulher nascida ali receberia atendimento para seu filho nascer, crescer, estudar e se formar numa faculdade. Tudo gratuitamente, graças às parcerias estabelecidas com os governos federal, estadual,
municipal e empresas privadas. Ou que naquela comunidade o índice de crianças analfabetas seria de 0%, pois todas as crianças em idade escolar estariam nas salas de aula e que o índice de mortalidade infantil no seu morro, nos dias atuais seria zero. Porque a Escola de Samba que eles fundaram hoje é também, UMA ESCOLA DE VIDA.


http://www.mangueira.com.br/a-mangueira/historia/historia-da-mangueira/


Samba Enredo 1.993 - Peguei Um Ita no Norte. Salgueiro (RJ).

Lá vou eu, lá vou eu lá vou eu
Me levo pelo mar da sedução (sedução)
Sou mais um aventureiro
Rumo ao Rio de Janeiro, adeus adeus,
Adeus Belém do Pará
Um dia volto, meu pai
Não chore, pois vou sorrir
Felicidade, o velho Ita Vai partir
Oi no balanço das ondas, eu vou
No mar eu jogo a saudade, amor
O tempo traz esperança e ansiedade
Vou navegando em busca da felicidade
Em cada porto que passo
Eu vejo e retrato em fantasias
Cultura, folclore e hábitos
Com isso refaço minha alegria
Chego ao Rio de Janeiro
Terra do samba, da mulata e futebol
Vou vivendo o dia a dia
Embalado na magia
Do seu Carnaval, explode
Explode Coração
Na maior felicidade
É lindo o meu Salgueiro
Contagiando sacudindo essa cidade
http://letras.mus.br/salgueiro-rj/48738/

Desde o surgimento de um cotidiano no morro do Salgueiro, os moradores já mostravam sua musicalidade e tinham muito orgulho dos sambas que compunham. Era uma vida marcada pela altura do morro de pedra ainda bruta, mas com uma vista privilegiada da cidade. Um mar de luzes que virou inspiração para a criação de sambas na volta do trabalho.
Carnavalesco por natureza, o morro chegou a abrigar mais de dez blocos, entre eles o Capricho do Salgueiro, Flor dos Camiseiros, Terreiro Grande, Príncipe da Floresta, Pedra Lisa, Unidos da Grota e Voz do Salgueiro. Todos com um grande número de componentes que desciam do morro para brincar na Praça Saenz Peña e nas famosas batalhas de confete da Rua Dona Zulmira, onde o Salgueiro era respeitado pelo talento de seus compositores e mostrava a todos que já era uma verdadeira academia de samba.
Era lá em cima, no morro do Salgueiro que, ainda nos anos 30, Dona Alice Maria de Lourdes do Nascimento, conhecida com Dona Alice da Tendinha, passou a organizar um corpo de jurados para premiar os blocos que desfilavam no morro. A cada ano o desfile ficava mais animado e reunia moradores de outros morros e bairros, atraídos pela qualidade dos sambas feitos no Salgueiro.

Da fragmentação do samba do morro em vários blocos surgiu a união e nasceram três escolas de samba no Salgueiro: Unidos do Salgueiro, de cores azul e rosa, a Azul e Branco e a alviverde Depois Eu Digo.
A escola de samba Azul e Branco teve como figuras principais Antenor Gargalhada, o português Eduardo Teixeira, e o italiano Paolino Santoro, o Italianinho do Salgueiro.
A ala de baianas da escola era uma das maiores da cidade e abrigava personagens como as jovens Maria Romana, Neném do Buzunga, Zezé e Doninha.
A Unidos do Salgueiro foi formada pela união de dois dos mais importantes blocos do morro: Capricho do Salgueiro e Terreiro Grande. A figura dominante da escola era Joaquim Casemiro, mais conhecido como Calça Larga.
Líder no morro e bem articulado politicamente, Calça Larga organizava as rodas de samba, passeios, piqueniques em Paquetá e tudo o que fosse possível para unir a comunidade do morro.
Reunindo um grupo de sambistas talentosos, a Depois Eu Digo se transformou em escola de samba em 1.934 e abrigava em suas fileiras nomes como Pedro Ceciliano, o Peru, Paulino de Oliveira, Mané Macaco, entre outros.
Nas três escolas iam surgindo talentosos compositores, verdadeiros gênios musicais, como Geraldo Babão, Guará, Iracy Serra, Noel Rosa de Oliveira, Duduca, Geraldo, Abelardo, Bala, Anescarzinho, Antenor Gargalhada e Djalma Sabiá. Homens que enriqueceram o cenário musical brasileiro e construíram uma obra original para as escolas de samba do morro. Foram as canções inspiradas desses bambas que fizeram com que o Salgueiro passasse a ser respeitado por todas as demais escolas de samba.
Mesmo com a qualidade de seus compositores, o Salgueiro, com suas três escolas, não conseguia ameaçar o predomínio das maiores escolas de então – Mangueira, Portela e Império Serrano. Os sambistas de outros morros respeitavam os salgueirenses e citavam seus compositores, passistas e batuqueiros como o que havia de melhor no mundo samba. Mas, nos desfiles da Praça XI … nada acontecia.
No desfile de 1.953 não foi diferente e a melhor escola do morro foi a Unidos do Salgueiro, que ficou em sexto lugar. Logo após o resultado, muitos sambistas começaram a se colocar contra a divisão de forças no morro. Foi então que, no sábado, Geraldo Babão desceu o morro cantando a união das três escolas:
“Vamos balançar a roseira,
Dar um susto na Portela, no Império, na Mangueira.
Se houver opinião, o Salgueiro apresenta uma só união,
Vamos apresentar um ritmo de bateria
Pro povo nos classificar em bacharel,
Bacharel em harmonia.
Na roda de gente bamba,
Frequentadores do samba
Vão conhecer o Salgueiro
Como primeiro em melodia.
A cidade exclamará em voz alta:
- Chegou, chegou a Academia!”.
Componentes e baterias das três escolas se juntaram somando cores e bandeiras e arrastando o povo para a Praça Saenz Peña. Foi o estopim para a fusão. Depois de algumas reuniões em que foram decididos o nome e as cores da nova escola do morro, em 5 de março de 1.953, os componentes da Depois Eu Digo e da Azul e Branco se uniram fundaram o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, com as cores vermelho e branco, uma combinação que já era a quebra de um tabu, uma vez que, naquela época todos achavam que “crioulo com roupa vermelha parecia o demônio”.

A Unidos do Salgueiro desapareceu anos depois e seus integrantes se juntaram aos Acadêmicos do Salgueiro.
Era o nascimento de uma escola que não seria nem a melhor, nem a pior, mas apenas uma escola diferente.

http://www.salgueiro.com.br/fundacao/


Samba Enredo 1.974 - O Mundo Melhor de Pixinguinha (Pizindin) - G.R.E.S. Portela (RJ).
Lá vem Portela
Com Pixinguinha em seu altar
E altar de escola é o samba
Que a gente faz
E na rua vem cantar
Portela
Teu carinhoso tema é oração
Pra falar de quem ficou
Como devoção
Em nosso coração
Pizindin! Pizindin! Pizindin!
Era assim que a vovó
Pixinguinha chamava
Menino bom na sua língua natal
Menino bom que se tornou imortal
A roseira dá
Rosa em botão
Pixinguinha dá
Rosa, canção
E a canção bonita é como a flor
Que tem perfume e cor
E ele
Que era um poema de ternura e paz
Fez um buquê que
não se esquece mais
De rosas musicais

Lá vem Portela...

http://letras.mus.br/portela-rj/480501/
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela foi fundado em 11 de abril de 1.923 no bairro de Oswaldo Cruz, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Sendo a mais antiga escola de samba em atividade permanente, é a única escola que participou de todos os desfiles de escolas de samba da cidade.

O G.R.E.S. Portela foi a campeã do primeiro concurso de escolas de samba (não oficial) em 1.929, organizado por Zé Espinguela. Desde então, foi a grande responsável por moldar os desfiles na forma como acontecem atualmente, 21 campeonatos e uma grandiosa contribuição para o samba carioca e para a cultura brasileira.
Muito importante também para a história do que viria a ser a Portela foi a vinda de D. Esther para o bairro. Festeira e já acostumada a brincar o Carnaval, a casa desta senhora logo se tornaria o centro da vida social do bairro. Pelo quintal de D. Esther passaram alguns dos maiores nomes da nossa música: Donga, Pixinguinha, Roberto Silva. Outros, como Candeia, tiveram os primeiros contatos com o ritmo que os tornariam famosos nas animadas reuniões da rua Adelaide Badajós.

Segundo o próprio Candeia, em seu livro "Escola de samba, a árvore que esqueceu a raiz", a figura de Dona Esther sempre esteve cercada de admiração e mistério. Muitos acreditavam que esta senhora era dotada de poderes mágicos.  
Verdade ou não, o importante é que dona Esther fundou um bloco muito famoso na região: o "Quem fala de nós come mosca", um dos principais embriões da Portela.

Antônio Caetano também entraria para a história como o primeiro carnavalesco do Carnaval carioca. Foram de sua autoria os primeiros enredos que a Portela levou para o desfile. De suas mãos surgiu a primeira alegoria de uma escola de samba: um rústico globo terrestre no enredo "O samba dominando o mundo", na grande vitória da ainda "Vai Como Pode" no desfile que entrou para a história como o primeiro desfile oficial, em 1.935.
Ainda nesse ano, os sambistas de Oswaldo Cruz enfrentaram um impasse na hora de renovar a licença para os  desfiles.  O  delegado  Dulcídio Gonçalves não gostava do nome "Vai Como Pode" e só renovaria a licença se o nome fosse trocado. Após uma longa discussão entre Paulo da Portela e seus amigos, o próprio delegado sugeriu o nome que atravessaria fronteiras e entraria definitivamente para a história da arte e da cultura do Brasil: GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA PORTELA, em uma homenagem à rua onde ficava a sede do grupo.
Entre as contribuições da Portela para o carnaval carioca neste período, além da primeira alegoria, merecem destaque a caixa-surda, o reco-reco, a comissão de frente uniformizada, a corda para separar os desfilantes da platéia, o destaque e até o apito da bateria. Segundo muitos estudiosos, o primeiro samba-enredo foi "Teste ao samba", de autoria de Paulo da Portela, que fez o papel de professor distribuindo diploma aos componentes da escola fantasiados de alunos, em frente à comissão julgadora. Um espetáculo que empolgou a Praça XI e está seguramente entre os maiores desfiles de todos os tempos.
Nos anos 90, a Portela realizou três grandes desfiles embalados por sambas premiados com o Estandarte de Ouro: 1.991, "Tributo à vaidade"; 1.998, "Os Olhos da Noite"; e, principalmente, 1.995, "Gosto que me Enrosco", um desfile fantástico que recebeu todos os prêmios e foi unânime entre os críticos.

Neste ano, a Portela foi a vice-campeã, perdendo o campeonato para a Imperatriz Leopoldinense por apenas 0,5 pontos, numa apuração que, até hoje, carece de maiores esclarecimentos: meio ponto em evolução impediram que o título voltasse para a turma de Oswaldo Cruz.
Em 1.993, a escola desfilou pela última vez com sua comissão de frente tradicional. A partir de então, um dos momentos mais emocionantes das antigas escolas de samba entraria exclusivamente para a história do carnaval. 

http://www.gresportela.org.br/


Samba Enredo 1.989 - Liberdade, Liberdade! Abra as asas sobre nós
G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense (RJ).
Vem, vem, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria, mãe querida
O império decadente, muito rico, incoerente
Era fidalguia

Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão
Vem viver o sonho que sonhei
Ao longe faz-se ouvir
Tem verde e branco por aí
Brilhando na Sapucaí
Da guerra nunca mais
Esqueceremos do patrono, o duque imortal
A imigração floriu de cultura o Brasil
A música encanta e o povo canta assim
Pra Isabel, a heroína
Que assinou a lei divina
Negro, dançou, comemorou o fim da sina
Na noite quinze reluzente
Com a bravura, finalmente
O marechal que proclamou
Foi presidente


Liberdade, liberdade!
Abra as asas sobre nós (bis)
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz


http://letras.mus.br/imperatriz-leopoldinense-rj/46373/


Muito prazer, Eu sou a Imperatriz!
"A semente germinou, do Recreio então brotou nossa escola de samba"
A história do G.R.E.S Imperatriz Leopoldinense, ao longo dos seus 50 anos de existência, é marcada pelo pioneirismo das realizações feitas por esta agremiação. A ideia de se fundar uma escola de samba na Zona da Leopoldina, se deu pelo fato de que era preciso ter na região uma entidade carnavalesca à altura do Recreio de Ramos e cujos frequentadores eram integrantes da mais alta estirpe musical da cidade: Armando Marçal, Pixinguinha, Villa-Lobos, Heitor dos Prazeres, Bidê (Alcebíades Barcelos), Mano Décio da Viola e outros mais.
O articulador de tal empreendimento foi Amaury Jório, que reuniu no dia 6 de março de 1.959, na sua própria casa na Rua Euclides Faria 22, em Ramos, um número de sambistas para criar a escola de samba. Cada um ali reunido opinou para a criação dos símbolos que marcariam e identificariam essa nova entidade carnavalesca. Jório deu a sugestão de que a área de atuação da recém fundada escola, a Leopoldina, fizesse parte do nome; articulação está para agregar as variadas agremiações carnavalescas do bairro.
Manoel Vieira deu nome de Imperatriz Leopoldinense e as cores verde e branco foram sugeridas por Venâncio da Conceição. O esboço do maior símbolo da agremiação, seu pavilhão, foi ideia de Agenor Gomes Pereira e a madrinha do seu batismo, prática comum entre as escolas de samba, foi o Império Serrano.
Escola fundada, agora a meta era a preparação do carnaval; o caminho foi a adoção ao longo de sua trajetória de enredos que tivessem uma temática histórico-cultural.
Vale lembrar inclusive que a Imperatriz Leopoldinense foi a primeira escola de samba a possuir um Departamento Cultural – fundado por Hiram Araújo em 1.967 – com o propósito de auxiliar na confecção dos enredos e realizar atividades educativas com os integrantes. Seus ensaios eram realizados inicialmente na Rua Paranhos 227, casa de Pedro Alcântara Diniz, depois passaram para o número 315 onde funcionava o Clube Paranhos.
O primeiro carnaval, em 1.960, teve como enredo Homenagem à Academia de Letras que alcançou um honroso sexto lugar. O primeiro título, no carnaval de 1.961, com o enredo Riquezas e maravilhas do Brasil serviu para que novas mudanças acontecessem na trajetória da agremiação; um grande número de componentes oriundos dos blocos e agremiações carnavalescas da região começava a integrar os quadros da escola, era o sonho de Jório ganhando proporções! A existência de uma sede oficial, situada na Rua Professor Lace 235, foi a consolidação deste sonho; foi na gestão de Antônio Carbonelli que se realizou tal feito.
Um acontecimento que marcou muito a vida da escola e serviu para projetar seu nome aconteceu em 1.972. Dias Gomes procurava uma escola de samba para servir de cenário para a novela "Bandeira 2" da TV Globo. Após muitas indas e vindas, a escolha recaiu sobre a Imperatriz, uma então modesta escola da Zona da Leopoldina.
A história tratava do amor de dois jovens, filhos de famílias inimigas. Uma livre adaptação da imortal história de Shakespeare "Romeu e Julieta" ambientada no universo suburbano carioca. O principal personagem acabou sendo encarnado por Paulo Gracindo, que até então havia interpretado quase sempre personagens ricos e sofisticados.
Seu desempenho como bicheiro Turcão teve imensa aceitação popular e significou sua consagração na televisão.
Na história, Zé Catimba, compositor da Imperatriz, foi representado por Grande Otelo. O samba-enredo "Martim Cererê" acabou entrando para a trilha sonora da novela – um fato pioneiro – e ajudou a tornar a Imperatriz conhecida em todo o Brasil. Um fato sobre "Bandeira 2" que merece ser destacado é que anos depois, Dias Gomes adaptou a história para o teatro, nascendo assim o musical "O Rei de Ramos", que estreou na reinauguração do Teatro João Caetano, em 1.979, com músicas de Chico Buarque e Francis Hime.
Mas os anos se passaram e a Imperatriz Leopoldinense oscilava entre bons e maus resultados nos seus desfiles. Tamanha inconstância fez com que Amaury Jório trouxesse para a agremiação, alguém capaz de administrar a escola e colocá-la no patamar competitivo com as demais que já existiam. Luiz Pacheco Drumonnd, o Luizinho – como era chamado por Jório – foi o nome escolhido.
Com sua capacidade empreendedora, Luizinho tomou medidas decisivas para transformar a escola em uma grande agremiação, não em importância histórico-cultural, pois, isso a história de sua fundação já se incumbiu; mas sim uma importância ligada a notoriedade que fosse vinculada às vitórias.
Para tal, Luizinho comprou a quadra, alugou um galpão para a confecção das alegorias e contratou o renomado carnavalesco Arlindo Rodrigues para o desenvolvimento dos enredos da escola! A conjunção de tais medidas só poderia render bons resultados e que não tardaram a chegar.
E assim vieram os títulos de 1980 com enredo O que a Bahia tem e o de 1.981 O teu cabelo não nega. Daí para frente a Imperatriz se firmava entre as grandes escolas de samba do Rio de Janeiro.
Arlindo permaneceu na escola, consecutivamente, entre os anos de 1.980 até 1.983, realizando grandiosos carnavais, o que serviu para dar a escola uma característica artística ligada às tendências mais barrocas.
No carnaval de 1.984, com um enredo Alô Mamãe, criticando a então conjuntura político-econômico brasileira – assinado pela carnavalesca Rosa Magalhães – e mesmo passando por algumas dificuldades, a escola conseguiu um quarto lugar. Entre os anos de 1.985 até 1.988, a escola oscilou entre desfiles e posições que não renderam resultados tão significativos.
Mais uma vez numa atitude empreendedora, Luiz Pacheco Drumond, trouxe para escola o carnavalesco Max Lopes para cuidar das questões artísticas e Wagner Tavares de Araújo, para o cargo de diretor de carnaval. Mudanças feitas, os resultados voltaram a aparecer; em 1.989, a Imperatriz Leopoldinense se consagra como campeã do carnaval com um enredo
histórico, sua marca principal, falando sobre o centenário da Proclamação da República, Liberdade, Liberdade abre as asas sobre nós. A partir e então a escola adotou uma forma de desfile que visava atender as necessidades e obrigatoriedades dos quesitos a serem julgados; o que lhe rendeu os termos de "escola técnica" ou "a certinha de Ramos".
Os anos noventa foram marcados por outras vitórias e resultados significativos! No carnaval de 1.991, com o enredo O que a banana tem do figurinista e carnavalesco Viriato Ferreira, a escola obteve a terceira colocação. Para o carnaval de 1.992, a escola contou com a recontratação da renomada carnavalesca Rosa Magalhães.
Em resumo a história da Imperatriz Leopoldinense foi construída pela tríade do idealismo, empreendimento e pioneirismo; respectivamente ligados à Amaury Jório, Luiz Pacheco Drumonnd e suas realizações ao longo da história do carnaval.
http://www.imperatrizleopoldinense.com.br/#!/page_history


Samba Enredo 1.974 - A Festa do Divino - G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel.
Delira meu povo
Nesse festejo colossal
Vindo de terra distante
Tornou-se importante, tradicional
Bate tambor, toca viola
A bandeira do Divino vem pedir a sua esmola
Um badalar do sino anuncia
A coroação do menino
Batuqueiro, violeiro e cantador
Alegram o cortejo do pequeno imperador
Leiloeiro faz graça com a prenda na mão
A banda toca com animação
Oh, que beleza
"A Festa do Divino"
Cores, músicas e danças
E fogos explodindo
Roda gira, gira roda
Roda grande vai queimar
Para a glória do Divino

Vamos todos festejar
http://letras.mus.br/mocidade-independente-de-padre-miguel/473636/


Fundada em 1.955, a Mocidade Independente é uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio. O nome deve-se ao bairro em que foi fundada, o bairro de Padre Miguel, que fica entre Bangu e Realengo, e onde também está instalada outra escola de samba, a Unidos de Padre Miguel. A origem da Mocidade Independente está ligada a um time lá existente, o Independente Futebol Clube, que em 1.955 monta um bloco de carnaval e, ao participar de um concurso de blocos do bairro, empata com a Unidos e, no desempate, é alçada à condição de escola de samba pela comissão julgadora.
Em 1.957, participou pela primeira vez do desfile oficial no Rio de Janeiro, com o enredo "O Baile das Rosas". Já em 1958, foi campeã do segundo grupo com o enredo "Apoteose ao Samba", mas o que realmente marcou este carnaval foi que nele foi efetivada, pela primeira vez, sob o comando de Mestre André, a célebre "paradinha da bateria" em frente à comissão julgadora. A sua bateria era de tal forma refinada que ela era mais conhecida que a própria escola, e dizia-se que que carregava a escola nas costas.

Na década de 70 a Mocidade Independente gabarita-se para competir com as demais grandes escolas graças, entre outros fatores, ao patrocínio de Castor de Andrade, um de seus mais emblemáticos admiradores.
Em 1.979, conquista o seu primeiro campeonato com o enredo "O Descobrimento do Brasil" com o carnavalesco Arlindo Rodrigues.
Bateria
A bateria ainda hoje é um dos maiores destaques da Mocidade Independente. Frequentemente obtém nota máxima nos desfiles, sendo quatro vezes em seguida nota 10. Tem um aspecto inovador ao ser a primeira a coreografias nos desfiles e também a encapar os instrumentos.

A relativamente jovem Escola Mocidade sempre buscou a inovação para se destacar das demais. Foi a primeira a adotar o tamborim de três baquetas, uma invenção de mestre Canhoto, que fazia com que quatro tamborins produzissem o som de 20.

Também aos sambistas da agremiação deve-se a invenção do surdo de terceira.

Também inovou ao criar a figura da rainha de bateria, em 1.984, com ninguém menos que Monique Evans. Em 2.007, os ritmistas da Mocidade batem recorde de tempo em paradinha, 15 segundos. Em 2.011, agora sob o comando de Mestre Bereco, a escola encanta o público com uma paradinha ainda mais ousada, completa, que destacava apenas os componentes cantando, num momento apoteótico.
http://www.wikirio.com.br/GRES_Mocidade_Independente_de_Padre_Miguel


Samba Enredo 1.976 - Sonhar com rei dá leão - G.R.E.S. Beija-Flor de Nilópolis (RJ)
Sonhar com anjo é borboleta
Sem contemplação
Sonhar com rei dá leão
Mas nesta festa de real valor, não erre não
O palpite certo é Beija-flor (Beija-flor) 
Cantando e lembrando em cores
Meu Rio querido, dos jogos de flores
Quando o Barão de Drummond criou
Um jardim repleto de animais
Então lançou...
Um sorteio popular
E para ganhar
Vinte mil réis com dez tostões
O povo começou a imaginar...
Buscando... no belo reino dos sonhos
Inspiração para um dia acertar
Sonhar com filharada... é o coelhinho
Com gente teimosa, na cabeça dá burrinho
E com rapaz todo enfeitado
O resultado pessoal... É pavão ou é veado
Desta brincadeira
Quem tomou conta em Madureira
Foi Natal, o bom Natal
Consagrando sua Escola
Na tradição do Carnaval
Sua alma hoje é águia branca
Envolta no azul de um véu
Saudado pela majestade, o samba
E sua brejeira corte

Que lhe vê no céu
http://letras.mus.br/beija-flor-rj/682534/

Samba Enredo 2011 - Roberto Carlos: a Simplicidade do Rei - G.R.E.S. Beija-Flor de Nilópolis (RJ).
A saudade
Vem pra reviver o tempo que passou
Ah! Essa lembrança que ficou
Momentos que não esqueci
Eu cheio de fantasias na luz do Rei menino
Lá no seu Cachoeiro
E lá vou eu... De calhambeque a onda me levar
Na jovem guarda o rock a embalar... Vivendo a paixão
Amigos de fé guardei no coração
Quando o amor invade a alma... É magia
É inspiração pra nossa canção... Poesia
O beijo na flor é só pra dizer
Como é grande o meu amor por você!
Nas curvas dessa estrada a vida em canções
Chora viola! Nas veredas dos sertões
Lindo é ver a natureza
Por sua beleza clamou em seus versos
No mar navegam emoções
Sonhar faz bem aos corações
Na fé com o meu Rei seguindo
Outra vez estou aqui vivendo esse momento lindo
De todas as Marias vêm as bênçãos lá do céu
Do samba faço oração, poema, emoção!
Meu Beija-Flor chegou a hora
De botar pra fora a felicidade
Da alegria de falar do Rei

E mostrar pro mundo essa simplicidade
http://letras.mus.br/beija-flor-rj/1759521/


A Beija-Flor de Nilópolis nasceu nas comemorações do Natal de 1.948. Um grupo formado por Milton de Oliveira (Negão da Cuíca), Edson Vieira Rodrigues (Edinho do Ferro Velho), Helles Ferreira da Silva, Mário Silva, Walter da Silva, Hamilton Floriano e José Fernandes da Silva resolveu formar um bloco que, depois de várias discussões, por sugestão de D. Eulália de Oliveira, mãe de Milton, recebeu o nome de Beija-Flor (inspirado no Rancho Beija-Flor, que existia em Marquês de Valença). Dona Eulália foi admitida como fundadora.
Em 1.953, o Bloco Associação Carnavalesca Beija-Flor, vitorioso no bairro, foi inscrito por Silvestre David do Santos (Cabana) integrante da ala dos compositores, como escola de samba, na Confederação das Escolas de Samba, para o desfile oficial de 1.954, no segundo grupo.

No seu primeiro desfile, em 1.954, foi campeã passando para o grupo I, no qual permaneceu até 1.963. Em 1.974, retornou para o Grupo I resultado do bom trabalho desenvolvido por Nelson Abraão David. Em 1.977, Aniz Abraão David assume a Presidência e projeta a Escola de Samba de Nilópolis como uma das mais famosas do mundo.
http://www.beija-flor.com.br/


Samba Enredo 2.010 - Noel a Presença do "Poeta da Vila" - G.R.E.S Unidos de Vila Isabel (RJ).
Se um dia na orgia me chamassem
Com saudades perguntassem
Por onde anda Noel
Com toda minha fé responderia
Vaga na noite e no dia
Vive na terra e no céu
Seus sambas muito curti
Com a cabeça ao léu
Sua presença senti
No ar de Vila Isabel
Com o sedutor não bebi
Nem fui com ele a bordel
Mas sei que está presente
Com a gente neste laurel
Veio ao planeta com os auspícios de um cometa
Naquele ano da Revolta da Chibata
A sua vida foi de notas musicais
Seus lindos sambas animavam carnavais
Brincava em blocos com boêmios e mulatas
Subia morros sem preconceitos sociais
(Foi um grande!)
Foi um grande chororô
Quando o gênio descansou
Todo o samba lamentou
Ô ô ô
Que enorme dissabor
Foi-se o nosso professor
A Lindaura soluçou
E a Dama do Cabaré não dançou
Fez a passagem pro espaço sideral
Mas está vivo neste nosso carnaval
Também presentes Cartola
Araci e os Tangarás
Lamartine, Ismael e outros mais
E a fantasia que se usa
Pra sambar com o menestrel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
Tem a energia da nossa Vila Isabel
http://letras.mus.br/vila-isabel-rj/1561735/


Samba Enredo 1.997 - Não Deixa o Samba Morrer - G.R.E.S Unidos de Vila Isabel (RJ).
Rio de Janeiro
Não deixe o samba morrer
Ouça esse grito de alerta
Faz o Sol renascer
Viver na inspiração desses poetas
Ratifica nossos laços
Com a mais pura raiz
Pra que o samba tenha espaço
No carnaval desse país
Hoje a festa do povo
Faz a gente sambar (bis)
Vendo blocos e corsos
Como é bom recordar
Lindo é ver um sonho em fantasias
Vem mergulhar na nostalgia
Os velhos tempos não se vão jamais
Era nossa cidade a passarela
Que hoje a Vila traz tão bela
Os bons momentos tradicionais
O meu coração, batendo forte nos salões
Pierrôs e colombinas
E o Zé-Pereira com a multidão
Vem nessa onda, ioiô
Vem nessa onda, iaiá
Porque o samba é arte popular
Vem nessa onda, ioiô
Vem nessa onda, iaiá

Porque o samba não vai acabar
http://letras.mus.br/vila-isabel-rj/473997/


Grêmio Recreativo e Escola de Samba Unidos de Vila Isabel é uma escola de samba carioca, campeã três vezes do Grupo Especial. Atualmente está sediada no Boulevard 28 de setembro, em Vila Isabel.
Foi campeã do Grupo Especial do Carnaval em 1.988, 2.006 e 2.013.

A Vila Isabel possui uma quadra moderna, sendo a segunda maior quadra entre todas as escolas de samba do Rio de Janeiro, ficando atrás apenas da Mocidade Independente de Padre Miguel que tem 33 mil metros quadrados, a quadra da Vila tem capacidade para 11.000 pessoas em 4.000 metros quadrados de área construída. Seu palco tem 300 metros quadrados. Há camarotes luxuosos que são frequentados por ricos, famosos e diretores da escola. No local costumam ocorrer shows de grandes artistas e bandas pertencentes ao projeto "Casa de Bamba".
O futebol está ligado à fundação da Unidos de Vila Isabel, pois existia no bairro, em 1.945, um bloco conhecido como Vermelho e Branco. O afastamento de alguns componentes resultou na criação de um time de futebol com as cores azul e branco, posteriormente transformado em um novo bloco carnavalesco. Antônio Fernandes da Silveira, o "China", registrou a sociedade na União Geral das Escolas de Samba, fundando, assim, no dia 4 de abril de 1.946, a escola.
A casa de "China", primeiro presidente da escola, serviu até 1.958 como sede administrativa da agremiação. Os ensaios eram realizados no Campo do Andaraí. O primeiro enredo da Vila, De Escrava a Rainha, contou com apenas 100 componentes desfilando na Praça Onze: 27 ritmistas, 13 baianas e mais 50 pessoas. Paulo Brazão, um dos fundadores da escola, foi um dos maiores ganhadores de samba-enredo da Vila Isabel, em 1.960, a escola ficou em primeiro lugar no Grupo 3, com o enredo Poeta dos Escravos.
Uma das figuras mais conhecidas da escola é, sem dúvida, Martinho da Vila. Sua entrada na agremiação aconteceu em 1.965: ele fazia parte da Escola de Samba Aprendizes da Boca do Mato e já estava partindo para o Império Serrano,
quando surgiu o convite para integrar a ala de compositores da Vila Isabel. Na nova escola, Martinho reestruturou a forma de compor samba-enredos, com a introdução de letras e melodias mais suaves, emplacando 4 sambas consecutivamente. No carnaval de 1.967, Martinho da Vila compôs Carnaval de Ilusões, em 1.968 Quatro Séculos de Modas e Costumes, em 1.969, Iaiá do Cais Dourado e em 1.970, Glórias Gaúchas.


No Carnaval de 2.013, a escola homenageou o agricultor com o enredo "A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo - Água no feijão que chegou mais um".

A Escola recebeu patrocínio de aproximadamente 10 milhões de reais da empresa alemã BASF, uma das maiores fabricantes de agrotóxicos do mundo.

O desfile da Vila Isabel foi o último do segundo dia de desfiles. A Vila Isabel era considerada por muitos, tanto público quanto especialistas, uma das favoritas, juntamente com a Beija-Flor, Unidos da Tijuca de Paulo Barros e Salgueiro.
No dia da apuração, porém, a Vila se sobressaiu sobre as demais escolas e conseguiu seu terceiro título no Grupo Especial, consagrando assim o melhor samba de 2.013 composto por André Diniz, Arlindo Cruz, Martinho da Vila, Tunico e Leonel.
A parceria de sucesso com a empresa BASF foi mantida para o carnaval de 2.014, quando a agremiação falará novamente sobre o campo. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/GRES_Unidos_de_Vila_Isabel


Samba Enredo 1.982 - Bum Bum Paticumbum Prugurundum - G.R.E.S. Império Serrano (RJ).
Bumbum paticumbum prugurundum
O nosso samba minha gente é isso aí, é isso aí
Bumbum paticumbum prugurundum,
Contagiando a Marquês de Sapucaí (Eu enfeitei )
Enfeitei meu coração (enfeitei meu coração )
De confete e serpentina
Minha mente se fez menina
Num mundo de recordação
Abracei a coroa imperial, fiz meu carnaval,
Extravasando toda a minha emoção
Óh, Praça Onze, tu és imortal
Teus braços embalaram o samba
A sua apoteose é triunfal
De uma barrica se fez uma cuíca
De outra barrica um surdo de marcação
Com reco-reco, pandeiro e tamborim
E lindas baianas o samba ficou assim
Com reco-reco, pandeiro e tamborim
E lindas baianas o samba ficou assim
E passo a passo no compasso o samba cresceu
Na Candelária construiu seu apogeu
As burrinhas, que imagem, para os olhos um prazer
Pedem passagem pros moleques de Debret
As africanas, que quadro original
Iemanjá, Iemanjá, enriquecendo o visual( Vem meu amor)
Vem, meu amor, manda a tristeza embora
É carnaval, a folia, neste dia ninguém chora
Super Escolas de Samba S/A
Super-alegorias
Escondendo gente bamba

Que covardia!
http://letras.mus.br/imperio-serrano-rj/46375/


História todas as escolas de samba têm: foram fundadas por uma pessoa ou por um grupo, enfrentaram dificuldades no começo, cresceram, se firmaram, ganharam títulos... Mas eu não conheço uma história mais bonita que a do Império Serrano, porque ela está ligada ao desejo de justiça, democracia e participação. 
Tudo começou no Prazer da Serrinha. O nosso pessoal saía nessa escola, comandada por Alfredo Costa. Seu Alfredo era o dono, mandava e desmandava, e no carnaval de 46 chegou ao cúmulo de desprezar na hora do desfile o samba Conferência de São Francisco, de Silas de Oliveira e Mano Décio da Viola, que fora ensaiado com antecedência e feito especialmente para contar o enredo apresentado pela escola, o que na época era novidade. Seu Alfredo cismou, de repente, de mandar cantar um antigo samba de terreiro, No alto da colina, e o resultado foi a péssima colocação da escola, uma das favoritas naquele ano.
O nosso pessoal achou que era demais. Sebastião de Oliveira, o Molequinho, com seus irmãos, compadres e amigos, resolveu fundar uma escola de samba que fosse inovadora em tudo. E principalmente na questão de ninguém poder dar ordens que não admitissem discussão, de ninguém ter de abaixar a cabeça mesmo sem concordar. Adeus, seu Alfredo Costa. Adeus, Prazer da Serrinha. Agora todo mundo vai poder opinar, todo mundo vai querer ser ouvido: nascia o Império Serrano. 
Era 23 de março de 1.947.
Foi na casa da Dona Eulália, na Rua Balaiada, no coração do morro da Serrinha, que a ideia de Molequinho se tornou realidade: saiu reunindo num caderno as assinaturas dos que o apoiavam.
O nome foi sugerido por ele, mas na escolha das cores ele foi voto vencido  era, enfim, a democracia que chegava  e prevaleceu a sugestão do compositor Antenor, pintando de verde e branco o morro da Serrinha, o subúrbio de Madureira e o carnaval carioca.
Para a existência da nova escola foi fundamental o apoio e a experiência de Elói Antero Dias, líder comunitário de grande importância para a consolidação da cultura brasileira em nossa cidade.
Como seu genro João de Oliveira, conhecido como João Gradim, irmão de Molequinho e D. Eulália, foi o primeiro presidente da nova agremiação, o Mano Elói, como era chamado, não poupou esforços para que o Império Serrano se impusesse, desde o primeiro momento, como algo novo e diferente.
Mas ninguém poderia prever naquele instante que a escola que nascia iria ser nove vezes campeã do carnaval carioca e assumir uma importância cultural bem maior do que simples resultados de desfiles. 
Mas ninguém poderia prever naquele instante que a escola que nascia iria ser nove vezes campeã do carnaval carioca e assumir uma importância cultural bem maior do que simples resultados de desfiles. 
O Império Serrano nasceu sob o signo da liberdade de expressão, de opinião. E esta luta continua até hoje.

Todo mundo quer falar, todo mundo briga quando algum candidato a déspota tenta calar a nossa voz. A império-serranidade fala mais alto e ninguém abaixa a cabeça, não. Por isso, nunca tivemos um dono, ou patrono, fenômeno comum hoje em dia e que ajudou tantas co-irmãs a crescerem. 
http://www.gresimperioserrano.com/#!__histria


Samba Enredo 1.978 - O Amanhã - G.R.E.S União da Ilha do Governador (RJ).
A cigana leu o meu destino
Eu sonhei
Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante
Eu sempre perguntei
O que será o amanhã?
Como vai ser o meu destino?
Já desfolhei o mal-me-quer
Primeiro amor de um menino
E vai chegando o amanhecer
Leio a mensagem zodiacal
E o realejo diz
Que eu serei feliz 

Como será o amanhã
Responda quem puder (bis)
O que irá me acontecer

O meu destino será como Deus quiser

http://letras.mus.br/uniao-da-ilha-rj/474651/



Samba Enredo 1.991 - De Bar Em Bar, Didi Um Poeta- G.R.E.S União da Ilha do Governador (RJ).
Hoje eu vou tomar um porre, 
não me socorre que eu tô feliz
Nessa eu vou de bar em bar 
beber a vida que eu sempre quis 
E no bar da ilusão eu chego, 
é pura paixão que eu bebo
Amor me deseja, me dá um chamego, 
me beija e faz um cafuné
Bebo vem e bebo vai que nem maré, 
balança mas não cai, boêmio é
Bebo vem e bebo vai que nem maré, 
balança mas não cai, boêmio é
Garçom, garçom, 
bota uma cerva bem gelada aqui na mesa
Que bom, que bom, 
minha alegria deu um porre na tristeza
Poeta enredo da canção, 
cartilha que eu aprendi
Canta a Ilha a emoção, 
saudade de você, Didi
Amor, amor, eu vou, 
é nessa aqui que eu vou
O sol vai renascer do meu astral
Amor, amor, eu vou, ô esquindô, esquindô
Num gole eu faço um carnaval

http://letras.mus.br/uniao-da-ilha-rj/49205/

Corria o carnaval de 1.953 e três amigos, Maurício Gazelle, Orphilo Bastos e Joaquim Lara de Oliveira, tiveram a ideia de fundar uma escola de samba que congregasse os amigos que batiam uma bolinha no time do União, no bairro da Cacuia, Ilha do Governador. A ideia inicial era disputar os concorridos prêmios do carnaval insulano, que contava com escolas como a Unidos da Freguesia, Império da Ligação, Paraíso Imperial e Unidos da Cova da Onça.
Nenhuma destas agremiações disputavam o carnaval no centro da cidade. Afinal, eram escolas simples e pobres, com cerca de 100 componentes e estrutura primária. Desfilar “na cidade”, acarretaria gastos que nenhuma destas podia arcar.
Reunião na antiga sede da União da Ilha
Uma assembleia, realizada no dia 7 de março de 1.953 e composta por 59 fundadores, deu origem ao “G.R.E.S. União”.
Maurício Gazelle foi eleito o primeiro presidente. A nova escola, que se reunia no armazém de Maurício para planejar os desfiles, teve um início de carreira avassalador. Em 1.954, em sua estreia, conquista o título com o enredo ‘Força Aérea Brasileira’, em homenagem à força armada que ocupa grande parte do bairro com seus quartéis. As vitórias sucederam-se. Até 1.959, conquistaria todos os títulos dos carnavais da Ilha, obtendo o hexacampeonato.
Alegoria do ano de 1.963
Com tamanho êxito, o passo natural seria a inscrição na Associação das Escolas de Samba, o que ocorreria em 1.959, visando o carnaval seguinte. Assim, em 1.960, estreia no Terceiro Grupo, na Praça Onze, agora já batizada como “União da Ilha do Governador”. Durante a década de 60, a União alternou bons e maus momentos, chegando a figurar no Segundo Grupo. Era uma escola pobre, que dependia apenas de contribuições de comerciantes, mas foi a única agremiação do bairro que reuniu condições de sobreviver. As concorrentes do carnaval da Ilha aos poucos foram morrendo e seus componentes integrando-se à União.
Desfile de 1.975: A União chega ao Grupo Principal
Em 1.970 começa a ascensão da escola, que consegue o segundo lugar no terceiro grupo com ‘O Sonho de Um Sambista’, conquistando o direito de voltar ao Segundo Grupo. Firma-se nesta divisão, até que a conquista em 1.974 com ‘Lendas e Festas das Yabás’, a leva para o desfile das grandes escolas em 1.975. A estreia, embalada pelo belo samba ‘Os Confins de Vila Monte’, é boa. Consegue o nono lugar entre doze concorrentes, ficando no Primeiro Grupo.
Mas o grande impacto viria em 1.977. ‘Domingo’ é classificado por vários especialistas como o melhor desfile já apresentado. Em uma época em que o desfile já se mostrava contaminado pelo vírus do gigantismo, o que se viu na passarela foi o contrário: em vez dos carros alegóricos gigantescos, pequenos tripés e muita simplicidade; foram utilizados carrinhos de pipoca reais, assim como um barco cedido pelo Ministério da Marinha. As fantasias, de simples concepção e sem luxo,
condiziam perfeitamente com o enredo, que se destinava a narrar como é o dia da semana destinado ao descanso.
Amanhecia o dia e os primeiros acordes da União da Ilha tomaram a Avenida: “Vem amor/ Vem à janela ver o sol nascer/ Na sutileza do amanhecer/ Um lindo dia se anuncia”. A reação da platéia foi imediata e a União da Ilha foi apontada como a grande favorita do carnaval de 1.977. Mas o júri preferiu dar a vitória à Beija-Flor de Joãozinho Trinta, deixando a União da Ilha na terceira posição.
O carnaval leve e alegre instituído pela carnavalesca Maria Augusta Rodrigues tornaria-se marca registrada da União da Ilha. Em 1.978, outra vez a escola chega perto do campeonato com ‘O Amanhã’. Os enredos da escola, que apontavam por um caminho diferente das narrativas de feitos históricos que até então predominavam, eram curiosamente classificados de abstratos pelos concorrentes.

A popularidade da escola cresceu. Em 1.979, mais um grande desfile com o enredo ‘O que Será?’. O carnaval de 1.980 sintetizou a breve história da escola mais simpática e brincalhona do carnaval carioca. O enredo ‘Bom, Bonito e Barato’ levou a União à melhor classificação em todos os tempos: o vice-campeonato.
Desfile de 1.982
Em 1.982, outro grande momento com ‘É Hoje’, baseado na obra do cartunista Lan, famoso por retratar a alegria do carnaval. Este samba é um dos mais regravados da História, merecendo versões de, entre outros, Caetano Veloso e Fernanda Abreu.

E também lançou um artifício que se tornou lugar comum nos sambas da escola: o verso “A minha alegria atravessou o mar”, relativo à condição geográfica do bairro, seria recriado por vários anos, adaptando-se aos enredos que se seguiram.
No mesmo ano, a União da Ilha deu um passo importante: inaugurou sua quadra, que até hoje é uma das maiores e mais confortáveis do Rio. Os ensaios da escola tornaram-se os mais concorridos e animados. Com isso, a escola passou a investir em sofisticação, tanto nas alegorias e fantasias quanto nos enredos. Carnavalescos renomados passaram pela União em busca do título inédito. Arlindo Rodrigues, em 1986, desenvolveu o enredo ‘Assombrações’, que levou a escola ao quinto lugar e à grande consagração popular. Max Lopes, em 1.988, com ‘Aquarylha do Brasil’, conseguiu a sexta colocação.
Desfile de 1.989
Um porre de felicidade. Esse foi o carnaval de 1.989, com o enredo ‘Festa Profana’. Relatando a história do carnaval, a União da Ilha fez uma apresentação impecável, levantando o público do Sambódromo. Além de fantasias e carros de belo acabamento que nada deviam às concorrentes em grandiosidade, trouxe um samba que caiu na boca do povo: “Eu vou tomar um porre de felicidade/Vou sacudir, vou zoar toda a cidade”. Em um dos carnavais mais equilibrados da História, a União chegou em terceiro lugar, um ponto atrás da campeã Imperatriz.

Quando se pensava que tudo estava pronto, mais um golpe: uma tempestade destruiu grande parte das alegorias, que estavam em um terreno. Um novo mutirão foi feito. E, contrariando todas as previsões, a União da Ilha pisou forte na avenida e homenageou o jornalista Barbosa Lima Sobrinho.
Em 2.009, o desfile campeão! A União voltou!
O dia 21 de fevereiro de 2.009 entrou para a história da União da Ilha do Governador. Sexta escola a desfilar na Marquês de Sapucaí, no sábado de carnaval, a Ilha contagiou a Avenida e fez um desfile empolgante, com o enredo ‘Viajar é preciso: Viagens extraordinárias através de mundos conhecidos e desconhecidos’, desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcellos, e sagrou-se campeã do Grupo de Acesso.

Durante a apuração ocorrida na Praça da Apoteose, na Quarta-Feira de Cinzas, a União da Ilha conquistou nota 10 em quase todos os quesitos. O sonho de retornar ao Grupo Especial após oito anos no Acesso, tornava-se realidade. A comunidade insulana, enfim, pôde soltar o grito de “É campeã!”.
http://www.gresuniaodailha.com.br/historia.htm
Samba Enredo 2.010 - É Segredo! - G.R.E.S. Unidos da Tijuca (RJ).
Desvendar esse mistério
É caso sério, quem se arrisca a procurar
O desconhecido, no tempo perdido
Aquele pergaminho milenar
São cinzas na poeira da memória
E brincam com a imaginação
Unidos da Tijuca, não é segredo eu amar você
Decifrar, isso eu não sei dizer
São coisas do meu coração
Eu quero ver esse lugar
Que o próprio tempo acabou de esquecer
Meu Deus, por onde vou procurar
Será que alguém pode me responder
Quem some na multidão
Esconde a sua verdade
Imaginação, o herói jamais revela a identidade
Será o mascarado
Nesse bailado um folião?
A senha, o segredo da vida
A chave perdida é o "X" da questão
Cuidado, o que se vê pode não ser... Será?
Ao entender é melhor revelar
No sonho do meu carnaval

Pare pra pensar, vai se transformar
Ou esconder até o final?
É segredo, não conto a ninguém
Sou Tijuca, vou além
O seu olhar, vou iludir

A tentação é descobrir

http://letras.mus.br/unidos-da-tijuca-rj/1570817/
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Tijuca é a terceira Escola de Samba mais antiga do Brasil. Seus fundadores tinham o objetivo de defender as raízes tradicionais do folclore brasileiro e também de lutar pelas causas populares. Lutas que sempre se fizeram presentes no sangue e na alma de seus antepassados, sofridos e expurgados da expressão cultural que mais amavam e cultivavam: o samba.
A partir do século XX, a cadeia montanhosa da Tijuca passou a ser habitada por escravos, descendentes e alforriados que deixavam para trás a falida zona cafeeira do Vale do Paraíba. A classe mais abastada que habitava a Usina e a Tijuca estava também em plena decadência. Foi nessa época que as famílias de nossos fundadores – os Moraes, os Chagas, os Santos e os Vasconcelos – se instalaram no complexo de morros do Borel.
A Unidos da Tijuca foi criada a partir da fusão de quatro blocos existentes nos morros da Casa Branca, da Formiga e da Ilha dos Velhacos. Em 1.931, no dia 31 de dezembro, na subida da rua São Miguel, 130, na casa 20, da família Vasconcelos, homens e mulheres se uniram para fundar a Unidos da Tijuca.

Registra-se que nossos fundadores foram: Bento Vasconcelos (o líder), Leandro Chagas (organizador e disciplinador), Alcides de Moraes (diretor de harmonia) e seus irmãos e primos com
suas famílias, que formavam a base da Escola: Jorge Vasconcelos, Pacífico Vasconcelos, João de Almeida, Ismael de Moraes, Alfredo Gomes, Tertuliano Chagas, Armando dos Santos, Turíbio dos Santos, Jacinto Ribeiro, Tarquínio Ramos, Orlando Godinho, Waldemar Gargalhada, João Cascorão, José Mamede D'Ávila, Álvaro e Dedé, Regina Vasconcelos, Marina Silva, Zeneide Oliveira, Margarida Santos, Hilda Chagas, Ely Chagas, Elza Gomes, Doralice Caldeira, Hermínia Vasconcelos, Dora de Almeida e Helena de Souza.
Na época de sua fundação, as escolas se apresentavam circundadas por uma corda, com carregadores de lampiões que iluminavam o cortejo carnavalesco, captavam recursos com as famílias do bairro, que colaboravam financeiramente assinando o "livro de ouro". A Unidos da Tijuca saía com caramanchão de seis a oito paus, contendo flores, guirlandas e enfeites de papel crepom.
Na frente, vinha um componente vestido de bicho: sapo, burrinha e, em 1.936, ano em que se sagrou campeã pela primeira vez, trouxe um dragão. Este componente fazia a reverência, abrindo caminho entre o povo. Logo atrás vinha um abre-alas com um menino carregando um cartaz. Depois, vinham palhaços tico-tico, com bengalão e gaiola, fazendo graça para o público. Só então vinha uma comissão de frente trajando terno de cetim. As baianas, vestidas de cetim e algodão, desfilavam pela lateral da agremiação em ala no formato de procissão, ocupando os espaços. A seguir, vinha o casal com o pavilhão bordado à mão em ouro e azul-pavão. Atrás do casal, saíam pessoas formando o coro da escola, que sustentava o canto, toda a diretoria e os ritmistas da bateria.
Na década de 40 e 50 ocorreram dissidências e foram fundadas outras agremiações, como as extintas Estrela da Tijuca e Recreio da Mocidade, e a ainda existente Império da Tijuca, todas formadas por ex-integrantes da Unidos da Tijuca. A escola passou então por crises internas e por muitas dificuldades e, em 1.959, desceu para o segundo grupo, sofrendo um grande esvaziamento.

A partir de 2.004, com a contratação do carnavalesco Paulo Barros, que despontava no grupo de acesso, a Unidos da Tijuca surpreendeu e conquistou o público e a imprensa, garantindo o seu lugar entre as primeiras colocadas, apresentando a cada ano magníficos e admiráveis carnavais. Ocorre, então, o resgate da auto-estima do tijucano que participa mais, ao mesmo tempo em que ganha outros e novos adeptos, passando a ser vista por todos com o merecido reconhecimento e respeito do mundo do samba.
Comandada pelo empresário português Fernando Horta, a Unidos da Tijuca se reestruturou com uma sólida gestão empresarial. Hoje a Tijuca tornou-se uma das escolas mais aguardadas da Sapucaí e serve como modelo de empreendedorismo e modernidade para escolas de samba do mundo inteiro e também para pequenas e grandes empresas.

Aplaudida pelo público e crítica especializada, passou a integrar, consecutivamente, o elenco das escolas do Desfile das Campeãs, disputando ano a ano o título do Carnaval carioca. Fazer carnaval e arte com cunho cultural tem sido nosso objetivo e a razão do nosso sucesso.
http://unidosdatijuca.com.br/pt/a-unidos-da-tijuca/historia/historico/


Samba Enredo 2012 - Eu Acredito Em Você! E Você? - G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio.
A luz que vem do céu
Brilhou no meu olhar
Trazendo a esperança
Que os anjos vêm anunciar
Lutar sem desistir
Das cinzas renascer
Eu encontrei na fé
A força pra vencer
A felicidade mandou avisar
É preciso superar
Derrubar o "gigante" eu vou
É lição de coragem e amor
Eu sou "guerreiro do bem" vou caminhar
A minha história vai te emocionar
A arte de viver...
É aprender no dia a dia
Usando a imaginação
Ao som da melodia
Posso enxergar...
Sei que meu coração vai me guiar
Eu sigo em frente sem desanimar
Faço da vida um grande "festival"
Acreditar que pra sonhar não há limitações
A "roda gira" e traz a solução
Me dê a sua mão por liberdade
Sou brasileiro mandei a tristeza embora
Eu "tô" sentindo que chegou a nossa hora
Quem me viu chorar... Vai me ver sorrir
Eu acredito em você... Pro desafio
E abro meu coração, cantando a minha emoção

Superação é o carnaval da Grande Rio
http://letras.mus.br/academicos-do-grande-rio-rj/1975757/
No dia 22 de setembro de 1.988, o sonho se realizou: foi fundado o G.R.E.S. Acadêmicos de Duque de Caxias. Para que a agremiação fosse filiada à Associação das Escolas de Samba da cidade do Rio de Janeiro, teria que ser oriunda de um bloco carnavalesco. Para tal, surgiu o G.R.B.C. Lambe Copo, localizado no bairro Prainha, no Município de Duque de Caxias, e filiado à Federação dos Blocos Carnavalescos do Rio de Janeiro.
Tendo apoio de quase todas as escolas de samba da Associação, de quase todos os políticos do município, da sociedade caxiense e, principalmente, dos sambistas. Reuniram-se os fundadores e foi feita a eleição para a primeira diretoria do Acadêmicos de Duque de Caxias.
O Sr. Milton Abreu do Nascimento, conhecido como Milton Perácio foi eleito Presidente e decidiu que a Escola deveria ter um Patrono e um Presidente de Honra e que deveria ser uma pessoa de influência para ajudar ou até mesmo financiar o carnaval da escola.
Depois de contatar vários empresários do município sem obter êxito, foi lembrado o nome da família Soares, que acreditando no nosso ideal e dando um voto de confiança aos sambistas desta cidade aceitou o convite e a partir daí o Sr. Jayder Soares da Silva passou a ser o Presidente de Honra e o Deputado Messias Soares nosso Patrono.
O G.R.E.S Acadêmicos de Duque de Caxias iria disputar o quinto grupo de acesso das Escolas de Samba, no entanto surgiu a idéia de que a escola poderia disputar o segundo grupo e para tal teria que adotar o nome da antiga escola G.R.E.S. Grande Rio, pois a mesma já fazia parte da acima mencionado.
Depois de várias reuniões com a Diretoria os membros da antiga Escola Grande Rio, o Presidente de Honra Jayder Soares sugeriu que se fizesse a fusão das duas agremiações e no dia 22 de setembro de 1.988 passou a ser chamar ACADÊMICOS DO GRANDE RIO.

Em 1.989 com o enredo “O MITO SAGRADO DO IFÉ”, dos carnavalescos Edson Mendes e Ricardo Ayres, com o samba de autoria dos compositores Licinho e Nilson Kanema, conquistou o segundo lugar passando para o primeiro grupo. Presidente Milton Perácio.
Em 1.990 a escola desfilava no primeiro grupo das escolas de samba, com o enredo “PORQUE SOU CARIOCA” dos carnavalescos Wani Araújo e Fernando Lopes, com o samba de autoria dos compositores Adão Conceição, G. Martins e Barbeirinho, conquistando assim o segundo lugar ascendendo para o Grupo Especial da Liga Independente das Escolas de Samba. Presidente Milton Perácio.
http://www.academicosdogranderio.com.br/

É tradição das escolas de samba trazer, à frente da ala dos ritmistas, uma mulher bonita e cheia de samba no pé: é a Rainha de Bateria, que pode ser uma celebridade ou uma representante da comunidade onde está localizada a escola.
http://www.guiadasemana.com.br/turismo/noticia/musas-do-carnaval-do-rio-de-janeiro-2013
Raissa, rainha de bateria da Beija-Flor
Fontes : além das já citadas