sábado, 20 de abril de 2013

O gado Nelore do Brasil

O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina. Em 2.012, exportou 1,134 milhões de toneladas e faturou US$5,769 bilhões de dólares (ABIEC e Sociedade Rural Brasileira). Cerca de 80% deste total foram exportados pelo Porto de Santos.

Grande parte do crescimento da exportação da carne bovina brasileira tem sido atribuídas a oferta de carne com qualidade e a preços baixos, fatores esses que tornam a carne nacional extremamente competitiva no mercado internacional, principalmente quando comparada com a carne produzida por outros países.
O grande atrativo da carne brasileira no Mundo é que ela é proveniente na sua maior parte de bovinos criados a pasto. Nos Estados Unidos e Europa a carne é proveniente de bovinos mantidos em confinamentos, alimentados por grãos e outros nutrientes. Mas o fator mais importante foi o trabalho desenvolvido pelos brasileiros que trabalham no setor produtivo da carne bovina, os pecuaristas, técnicos e institutos de pesquisa da área agronômica e veterinária, frigoríficos e setores de mercado e marketing.
Nelore é uma raça de gado bovino (Zebu) originária da Índia. Os primeiros exemplares da raça chegaram ao Brasil no final do século XVIII, e rapidamente se tornaram a raça de gado predominante no rebanho brasileiro (85% do rebanho total).
O Nelore é a raça base para o cruzamento de gado de corte no Brasil.
Os criadores da raça no Brasil se organizaram em duas entidades: a ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu) e a ACNB (Associação de Criadores de Nelore do Brasil).





Os animais passam por uma avaliação e então são registrados por técnicos especializados recebendo uma marca da ABCZ no rosto, numerados e então recebendo o pronome de P.O (Puro de Origem). Atualmente, no Brasil, a criação para este aprimoramento vem crescendo gradualmente e se tornando uma das alavancas comerciais na agropecuária brasileira, recebendo destaque e notoriedade nacional.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelore




Com 50 anos de existência, a ACNB - Associação dos Criadores de Nelore do Brasil organiza os criadores e produtores da raça e mantém um programa próprio de marca de carne: o Nelore Natural.

Além de ser a raça para produção de carne In-Natura mais utilizada e abundante no Brasil, a raça nelore vem, principalmente nos últimos 30 anos, sendo utilizada para o aprimoramento genético.


A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil - ACNB é uma entidade sem fins lucrativos fundada em 7 de abril de 1954. Sua sede está localizada na capital paulista. Possui ainda um escritório junto à sede da ABCZ - Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, em Uberaba/MG. Tem por finalidade integrar criadores, invernistas e demais pecuaristas em torno de um objetivo comum: fortalecer e defender a raça que representa 80% do rebanho de corte nacional. A pujança da entidade é reflexo da versatilidade, capacidade de adaptação e potencial produtivo da raça e de seus criadores.


Missão
Posicionar o sistema de produção de carne a pasto, em clima tropical, como o verdadeiro conceito de carne de qualidade, tendo o Nelore como a tradução deste contexto. A fim de cumprir com o seu propósito de fomento e divulgação do Nelore, a ACNB promove e dá apoio a uma série de iniciativas que visam evidenciar as qualidades da raça e estimular o desenvolvimento da pecuária nacional.


Desde 1993, promove o Ranking Nacional da ACNB, com o objetivo de estimular e divulgar o progresso genético da raça. Com este mesmo fim, apóia a Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) na operacionalização do Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore – PMGRN Nelore Brasil.
Em 1999 iniciou uma nova linha de trabalho, estendendo sua atuação aos criadores de gado comercial, e assumindo um novo desafio: desenvolver uma marca para a carne do Nelore.
http://www.nelore.org.br/


A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), que representa cerca de 20 
mil associados (no Brasil e no exterior) dentro das 6 categorias que possui. É uma entidade nacional que coordena e centraliza todas as atividades relacionadas ao zebu nas áreas técnica, política e econômica.
Eduardo Biagi - Presidente.

História da ABCZ

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) trabalha para ampliar a produção mundial de carne e leite. Sempre atenta às novas tecnologias e às exigências do mercado, a ABCZ vem cumprindo sua missão de promover o melhoramento genético e o registro genealógico das raças zebuínas em todo o Brasil. Para isso, conta com uma rede de escritórios regionais, onde atuam técnicos altamente capacitados.
A ABCZ registra em todo o Brasil mais de 600 mil zebuínos por ano e detém o maior banco de dados do mundo sobre o zebu, com mais de 12 milhões de animais cadastrados. Através do PMGZ (Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos), acompanha o melhoramento genético de mais de 3.600 rebanhos em todo o país.
Em sua sede, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), a ABCZ promove a ExpoZebu. A feira, que é realizada desde 1935, recebe mais de 200 mil visitantes que participam de leilões, palestras, cursos, debates sobre pecuária sustentável e acompanham os julgamentos de animais e concursos leiteiros. Outra feira promovida pela ABCZ é a ExpoGenética, que reúne os principais programas de melhoramento genético do país.
A ABCZ é a primeira associação de pecuária brasileira a ser certificada pelas normas ISO 9001 e ISO 14001. Atua também no apoio à pesquisa científica, ensino superior e inovação tecnológica; no fomento ao ambiente de negócios e à prospecção de novos mercados; na articulação da pecuária com os demais elos da cadeia produtiva da carne e do leite; no suporte técnico aos associados e na representação dos produtores rurais junto ao governo e à sociedade.
http://www.abcz.org.br/ABCZ/QuemSomos

O mundo inteiro tem os olhos voltados para o magnífico rebanho Nelore brasileiro, o Maior do mundo em escala comercial. Este rebanho vai ser responsável pela produção de carne tão desejada pela humanidade. Cada 1% de melhoramento genético na raça Nelore corresponde a milhares de toneladas de carne a mais para o mundo. Esse é um compromisso fantástico para uma única raça.
Os criadores de gado de elite estão fazendo sua parte, elogiosamente, implantando Programas de Melhoramento Genético, e exibindo animais de alto desempenho. Para esses criadores já está claro que "o melhor cruzamento é de Nelore com Nelore" – despontando um grande mercado mundial para a raça.
Por outro lado, o Nelore, rapidamente, passará a ser utilizado como reprodutor de vacadas europeias, no Hemisfério Norte, tentando injetar alguma rusticidade para facilitar a convivência do gado diante do aquecimento da atmosfera terrestre. Este é um papel que cabe ao Zebu melhorado.
As pessoas modernizam seu paladar e procuram alimentos mais saudáveis. De fato, os hábitos alimentares do mundo tendem á carne com baixo teor de gordura entremeada e, também aqui, é fundamental o papel do Zebu. Nestes casos, o Nelore é a raça que tem servido corno exemplo dessa modalidade de carne e já ocupa a dianteira no processo de melhoramento genético entre as zebuínas. Essa vantagem irá beneficiar as exportações, cada vez mais.
http://www.harascatasaltas.com.br/site/index.php?option=com_content&view=category&id=50&layout=blog&Itemid=69


A raça Ongole, como outras raças de gado na Índia, leva o nome da área geográfica em que é produzido. É também chamado de a raça Nelore para a razão que anteriormente Ongole Taluk, uma divisão de um distrito, foi incluído no bairro Nelore, mas agora ele está incluído no distrito de Guntur. A área faz parte do Andhra Pradesh, na Índia. Esta raça está incluído entre os animais cinza-branco do norte, tendo a cor branca ou cinza, chifres atarracadas e uma longa crânio em forma de caixão.

Ele tem uma grande semelhança com a raça Gaolao de Madhya Predesh e também tem uma semelhança com o tipo Bhagnari de gado no norte da Índia. 
Essa semelhança não é surpreendente, tendo em vista o fato de que estes se encontram raças ao longo do caminho percorrido pelos arianos Rig Veda em sua marcha a partir do norte para o sul da Índia.

Alega-se que os melhores exemplares da raça são encontrados na área entre os rios Gundalakama e Alluru no Ongole e Kandukur concelhos, e também nas aldeias de Karumanchi, Nidamanur, Pondur, Jayavaram, Tungtoor e Karvadi e ao longo das margens do rio Musi. Eles também são famosos dos concelhos de Vinukonda e Narasraopet. http://www.ansi.okstate.edu/breeds/cattle/ongole/

Em terras negras e férteis, o Ongole ganhou fama, tornando-se um gado de grande porte e campeão de trabalhos pesados.
Na atualidade, o Ongole continua em sua marcha milenar, na Índia, sem grandes melhoramentos, urna vez que não se pratica seleção para corte. E, no entanto, um gado de grande porte, muito utilizado em tração e transportes pesados, além de ser figurante constante dos concursos de força - tudo desenvolvendo urna possante musculatura. Não há dúvida que a Índia continuará gerando "sementais" de interesse para o Brasil, sempre.

A Consolidação do Nelore no Brasil

Em 1874, o Barão do Paraná adquiriu um casal do gado Ongole em um zoológico de Londres, repetindo a compra em 1877. Em 1878, Manoel Ubelhart Lemgruber comprou um lote no jardim zoológico de Hamburgo. A seguir passou a encomendar animais diretamente da Índia por empresas especializadas no fornecimento de animais para circos e zoológicos. 
Dessa maneira, o Ongole foi descoberto pelos brasileiros e migrou para sua nova pátria, onde ocuparia um lugar de destaque no cenário e,partindo dali, chegaria ao mercado mundial. Mais tarde, entre 1900 e 1920, os próprios brasileiros começaram a buscar Ongole na Índia, escolhendo os melhores e reservando-os na província de Nelore, antes do embarque.


Dai surgiu o nome "Nelore" para esse gado. Ou seja, o gado "Nelore" era o "Ongole destinado aos brasileiros" que ficava na província de Nelore enquanto aguardava o navio. 
Logo no começo da história, o Nelore era cruzado com o Guzerá, formando um "Guzonel" portentoso e muito rústico, que incentivou muita gente a escolher o Zebu. Foi esse gado que enfrentou uma longa "guerra" contra o governo de São Paulo, culminando pela proibição do ingresso do Zebu nas fronteiras do Estado até 1935.
Com o início dos cruzamentos sistemáticos para formar o Indubrasil as fêmeas Guzerá e Nelore passaram a ser utilizadas como base para o novo gado, reduzindo-se o rebanho nacional a poucos criadores, na década de 1920.
Com a importação de 1930, por Ravisio Lemos, o Nelore ganhou um inolvidável impulso, chegando caracterização racial que seria homologada pelo Registro Genealógico.


Também nesse tempo, o Nelore brasileiro consolidava uma fisionomia um pouco diferente do Ongole indiano, apresentando uma marrafa mais estreita (influência do Kangayam), boa distribuição muscular, menor aptidão leiteira, chifres mais longos, introdução do chifre "penteado", consolidação de um andamento peculiar com passos mais curtos, etc. Nas exposições da década de 1940, o Nelore ainda constituía um rebanho inexpressivo, no Triângulo Mineiro, participando das exposições com menos de 10 animais, enquanto o Indubrasil e o Gir lotavam os pavilhões.
Durante a 2ª Guerra Mundial, quando eram testadas novas forrageiras, principalmente o colonião e as primeiras braquiárias, o Nelore passou a ocupar largas fronteiras onde antes nada havia. Mostrava sua versatilidade e rusticidade, ampliando o horizonte da pecuária e da própria civilização. Um grande impulso aconteceu na década de 1950, quando o Prof. João Barisson Villares introduziu as Provas de Ganho de Peso, com presença maciça de Nelore.
Dai para a frente a raça passaria a ser conhecida como a melhor para criação extensiva, apresentando estatísticas de desempenho em provas zootécnicas. Se, antes,muitos empresários evitavam a pecuária,por julgá-la"negócio complicado e subjetivo",agora havia números e estatísticas, permitindo que qualquer um pudesse compreender o próprio negócio, desde o inicio. O Nelore trouxe o empresariado urbano para dentro das fazendas e nunca mais o largou.
Logo a seguir, as importações do início da década de 1960 trouxeram animais exponenciais da Índia, provocando um acelerado melhoramento genético. Nas décadas de 1970-1980 governo federal incentivou a implantação de mais de 1.500 grandes propriedades de pecuária de corte, todas utilizando exclusivamente reprodutores registrados Nelore, resultando em mais de 2,5 milhões de animais selecionados inscritos naquele período. Rapidamente, o Nelore chegou a 70% do total de zebuínos registrados no Brasil.
A partir de então, a produção de carne deu um salto, aumentando o consumo per capita nacional e deixando saldo para exportações. Modernamente, os pecuaristas procuram avidamente mais tecnologias para aumentar o desfrute e a lucratividade, tendo sempre o Nelore como base.
Tamanho sucesso foi possível porque o Nelore demonstrou ser um animal "bandeirante", ou seja, um desbravador de novas fronteiras, não somente fronteiras geográficas mas também fronteiras científicas. O Nelore provou-se, por si mesmo, e conquistou seu lugar, principalmente pela habilidade da vaca em conceber e parir sua cria, sem qualquer ajuda, sob a inclemência do sol tropical. Hoje, pode-se afirmar que o Nelore é a raça zebuína com maior contingente pesquisado e aprovada no mundo, somente tendo paralelo com a raça européia holandesa.
Em 1969 foi inaugurado o Registro Genealógico para o Nelore Mocho. Em 1984 foi inaugurado o Registro Genealógico para o Nelore "variedade de peIagens". Em 1999 ficou estipulado que o Nelore dispensaria as variedades passando a ser apenas uma única raça, admitindo o caráter mocho e as variedades de pelagens.


http://www.dzo.ufla.br/ca/informacoes/Bovinos/NELORE.htm
http://nutregene.blogspot.com.br/2011/06/o-inicio-da-raca-zebuina-no-brasil.html


Na cadeia produtiva da carne brasileira existem os criadores de gado Nelore puro, registrado, que vendem touros para os criadores do gado comum ou comercial como é conhecido. Os primeiros não criam animais para abate, criando animais destinados à reprodução.
No elo da cadeia comercial são desenvolvidas três fases : a cria, onde vacas e touros produzem bezerros que são desmamados aos 8 meses de idade e que então entram na fase de recria até os 18 a 24 meses. Então, entram para a última fase do processo, a engorda. No final desta última fase são destinados ao abate em frigoríficos, produzindo a maravilhosa carne bovina.
Em grande escala a média de idade de abate no Brasil está em 24 a 36 meses. Isto já foi um grande avanço das técnicas de manejo e criação, pois há menos de 30 anos atrás os bovinos eram abatidos no Brasil com 5 anos de idade e com peso menor do que na atualidade.
Existem técnicas e métodos de criação e terminação que permitem reduzir muito a idade do abate. Já é possível abater animais com 12 meses de idade com peso e acabamento de carcaça muito bons.
Existem produtores que só fazem a cria; outros a recria e terceiros, que também são chamados invernistas, que executam a engorda. Mas também existem muitos produtores que fazem as três fases ou ainda as duas fases finais, a recria e a engorda.
Para o sucesso de qualquer tipo de criação de bovinos é essencial a existência de pastagens fartas e de ótima qualidade, fartura de água não poluída, um bom sistema de manejo do rebanho e ótima administração da atividade.







Boas pastagens são imprescindíveis para o sucesso de uma boa criação do gado.
Os segmentos de cria, recria e engorda (também denominado terminação) constituem-se nas etapas de produção de bovinos de corte. Estes podem estar presentes em uma mesma propriedade ou separados, caracterizando a segmentação do setor produtivo.

Cria e Recria
No que diz respeito ao crescimento do período do nascimento até a desmama (fase pré-puberdade), PEIXOTO (1993) destaca que este é o segmento mais importante da vida do animal, pois o bezerro consegue em sete meses atingir cerca de 25 a 50% de seu peso final de abate.
Em termos práticos, bovinos jovens apresentam melhor conversão alimentar, o que reflete positivamente na rentabilidade das operações que envolvem cria e recria de machos e fêmeas. Sem dúvida, devemos explorar a maior eficiência biológica apresentada por animais em idades mais jovens (até a puberdade).
Esquemas de suplementação devem ser prioritariamente utilizados nos períodos pré e pós-desmama, onde machos e fêmeas apresentam grande potencial de ganho de peso e melhor conversão alimentar.
Em resumo, as características do crescimento, peculiares às fases de cria e recria, sugerem que:
* Devemos explorar ao máximo o crescimento na fase de auto-aceleração e a maior eficiência apresentada neste período;
* A utilização de suplementação pode ser bastante vantajosa do ponto de vista biológico e econômico.

Terminação
Nesta fase devemos fazer com que o animal atinja peso e acabamento de carcaça adequados, agregando valor a todo o trabalho desenvolvido na cria e recria. Do ponto de vista biológico, animais em terminação se encontram numa fase em que o crescimento já não é tão eficiente como na cria e recria.
Conforme comentado, à medida que o animal se aproxima de seu peso maduro, a intensidade do crescimento, traduzida pelo ganho de peso, e a eficiência alimentar diminuem. A composição do ganho de peso passa a ser constituída em maior parte por tecido adiposo, o qual, em termos de energia consumida por quilo de tecido depositado, é menos eficiente que o tecido muscular.
Em resumo, nesta fase observam-se os seguintes aspectos:
* Maior deposição de tecido adiposo no corpo do animal (chamado acabamento da carcaça);
* Maior exigência de energia para ganho de peso;
* Conversão alimentar menos eficiente;
* O custo do ganho ou da @ produzida consequentemente é mais elevado.

http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/dicas-de-sucesso/fases-de-crescimento-cria-recria-e-terminacao-58039/

Para que possamos entender melhor a importância do novilho superprecoce em termos técnicos e econômicos para a pecuária, é importante fazer uma comparação da duração do ciclo de produção de bovinos de corte com o ciclo das aves e dos suínos.
Enquanto o avicultor, a cada mês e meio, vende seus animais, sendo remunerado pelo seu trabalho e pelo capital investido, e o suinocultor faz o giro de capital em seu empreendimento a cada três meses, para bovinocultura de corte, o ciclo de produção é muito mais extenso, a idade média de abate no Brasil gira em torno de 48 meses, ou seja, entre o nascimento de um bezerro e sua comercialização para o frigorífico, o pecuarista trabalha cerca de quatro anos, até que possa receber a remuneração por seu investimento.

Essas diferenças na duração do ciclo e, consequentemente, no tempo necessário para que o produtor faça seu capital girar, acabam tendo implicações diretas sobre o mercado, principalmente no que diz respeito a custos e à qualidade do produto. De forma simplificada, quanto mais tempo o pecuarista leva para acabar seus animais, maior é seu custo de produção,  menor é a oferta e, assim, maior será o preço da carne para o consumidor.
É por isso que, apesar de ainda não ser uma realidade no Brasil, a produção do superprecoce continua como uma perspectiva real, e como fato concreto em algumas propriedades. Isso porque a tecnologia de produção desse novilho está dominada há muitos anos. Um animal criado num sistema que, da mesma maneira que os de criação de aves e suínos, busca propiciar uma forte redução na duração do ciclo de produção, por conta da aplicação combinada dessas tecnologias, em grande parte dominadas pela maioria dos pecuaristas.

http://www.cpt.com.br/artigos/novilho-superprecoce-permite-aumento-produtividade-giro-capital-rapido#ixzz2R0K1Xyds


Agora vamos falar dos criadores de gado Nelore puro, que produzem reprodutores para o rebanho comercial brasileiro. Muitos merecem destaque pois desenvolveram ao longo de suas vidas um trabalho extraordinário para o desenvolvimento e sucesso da pecuária nacional. Mas por questão de espaço, vamos destacar apenas quatro que  certamente marcaram a história do Nelore do Brasil : Celso Garcia Cid, Torres Homem Rodrigues da Cunha, Rubens de Carvalho Andrade e Jaime Miranda.
Os criadores brasileiros fizeram um trabalho notável na criação e no melhoramento genético da raça Nelore no Brasil. Muitos se destacaram, mas quatro deles merecem grande destaque.

Torres Homem Rodrigues da Cunha  nasceu em Uberlândia em  3 de janeiro de 1916 e morreu de pneumonia em  Araçatuba em 11 de janeiro de 2010.
Foi um grande pecuarista brasileiro.
Era líder da empresa VR, uma das marcas mais tradicionais da pecuária zebuína  no Brasil, criada em 1914 pelo seu pai Vicente Rodrigues da Cunha. 
Nos anos 60 trouxe da Índia reprodutores da raça nelore, como por exemplo o Karvadi, sendo um dos pioneiros a trazer estes animais para o Brasil.
Torres Homem foi o responsável por implantar o primeiro laboratório brasileiro de congelamento de sêmen, na chácara Zebulândia, localizada na cidade de Araçatuba. Isto tornou Araçatuba conhecida nacionalmente. Com o laboratório, foi possível transmitir a genética do touro Karvadi , que muito contribuiu para melhorar a qualidade do rebanho brasileiro.
Foi casado com e deixou 6 filhos e filhas : José Carlos, Maria Helena (casada com o presidente da ABCZ, José Olavo Borges Mendes), Torres Lincoln, Joaquim Vicente, Lílian e Vicente.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Torres_Homem_Rodrigues_da_Cunha

Foi em meados de 1914, na Fazenda Macega, em Uberaba/MG, que Vicente Rodrigues deu início à criação que é, hoje, o rebanho VR de Torres Homem Rodrigues da Cunha, seu filho.
O núcleo inicial foi constituído por 16 novilhas, adquiridas de Hipólito Rodrigues da Cunha em 1914, onde nasceram as primeiras crias, às quais o jovem Vicente Rodrigues aplicaria a própria marca, VR.
Um moço de 22 anos iniciava a sua vida, fiel às tradições da família, aplicando-se à arte de criar, e disposto a fazê-lo com identidade particular.
É assim que os homens escrevem a História: deixando nos acontecimentos o registro de sua participação pessoal. Escrevendo, na história do zebu, umas das páginas mais representativas do Brasil.
Na seqüência do trabalho, houve a busca das melhores origens do gado de cupim; no Nelore, no Gir, no Guzerá ou no Indubrasil.
Desfilam assim, na criação VR, desde os seus primórdios, os nomes mais expressivos do zebu no Brasil, buscados onde estivessem disponíveis, mas com a preocupação de reunir gado de origem importada, que comprovasse sua procedência.
Essa característica se revelaria especialmente na década de 30: de uma só vez foram adquiridas 600 matrizes Nelore, do rebanho de Geraldino Rodrigues da Cunha, dono da marca 22, requeridas para povoar a Fazenda Pontal do Corumbaíba, recém comprada por Vicente Rodrigues em Goiás. Data também da aquisição de 6 animais escolhidos da criação de José Pedro Dirceu de Dores de Campo Florido / MG.
Das importações de Nelore que se fizeram nessa época, por criadores mineiros e baianos, Vicente Rodrigues também consegue alguns exemplares. Assim foi com Bacurau, trazido para o seu rebanho, ainda garrote. Outros reprodutores, que valeram muito a criação, tiveram seus nomes apagados pelo tempo, embora deixando sua marca na VR, onde nunca se economizou para obter o melhor.
Em 1940, o plantel VR é transferido para Minas Gerais, parte para a Fazenda da Matinha – três anos mais tarde iria para a Fazenda da Ilha (hoje recoberta pelas águas da Represa Volta Grande) e parte para a Fazenda Pontal.
E aqui também se escreve uma página épica da raça, ao mesmo tempo mostrando a força dos animais e testemunhando o valor dos homens.
Foram 16 “marchas” varando por vezes “mato fechado”. Só se desarreava o cavalo e o peão dormia sempre pronto a retomar seu trabalho. 
Vicente Rodrigues faleceu em 1942. Mas viu, desde a primeira exposição do zebu, em Uberaba, o reconhecimento da premiação de seus animais. Nomes que entraram para a história do Nelore brasileiro: Nassik, Lama, Rodopio, Bagi, Indu... que sempre mantiveram a marca VR no topo da criação nacional, mas onde o ideal fosse sempre o melhor. Na década de 50, o nome VR já se firmava como origem dos mais reputados da Raça Nelore no país, disseminando a qualidade que Olinda Arantes Cunha, na sucessão do marido, também se esmerou em preservar, e com rara visão e dinamismo.
Deve muito o Nelore brasileiro à fibra dessa mulher, que soube aliar às qualidades de companheira o valor de responsável pela marca VR por bom tempo.
Foi, no entanto, na década de 60 que a VR se assegurou definitivamente a privilegiada posição que mantém. 
E coube a Torres Homem Rodrigues da Cunha, já a frente do trabalho, definir esse rumo.
Dois “especialistas” em Nelore foram por ele enviados à Índia. O veterinário José Deutsch e o Dico – José da Silva, um nome-lenda para o Nelore brasileiro, o mesmo que, ainda jovem, nos idos de 40, comandara e sofrida marcha do rebanho VR, dos confins goianos para a Fazenda Matinha.
Foram dois anos de permanência na pátria do Nelore. Assim, viriam Karvadi, tetracampeão indiano e supercampeão Nelore da Ásia em 1961. E viriam Bima, Campeão dos Puxadores de Pedra, Golias, Campeão de Peso da Índia e Rastã e matrizes como Marna, Campeã da Índia, também viriam Langri, Hiderabad, outra Campeã Indiana, Ashoka (mãe de Badã, Chakar e Isharã), Chilara, Gunã, Sanobar, Andra, Mahanandi, Chintaladevi e outras.
Retidos por um ano, em Madras, à espera de autorização oficial do governo brasileiro para seu embarque, os animais constituíram ali um novo centro de seleção VR, as coberturas e nascimentos rigorosamente controlados e comunicados a ABCZ.
Desse rebanho sairia os nomes mais famosos do Nelore brasileiro, por exemplo, Chummak (Karvadi x Langri), que viria a ser Tricampeão Nacional.
Em 1968, é inaugurado o primeiro laboratório nacional de congelamento de sêmen, a Central VR, na Chácara Zebulândia, em Araçatuba/SP.
A marca originada do nome de Vicente Rodrigues só tem acrescentado glórias à nossa pecuária bovina, constituindo uma constelação de astros de primeira grandeza.
Confirmando, onde quer que se apresentem, a afirmação que os fatos só fazem atestar: Em qualquer direção há um VR campeão.
Desde a sua origem mais remota, a marca VR foi valorizada com a presença de nomes expressivos da raça, ganhadores inveterados de exposições, recordistas de peso, sempre.
Uma seleção se torna forte, reputada, quando bem nascida.
Marca de valor se faz com aprimoramento constante, a partir da melhor origem.
Durante décadas a VR tem, produzido os genearcas que foram à base dos grandes plantéis.
À visão das gerações passadas acrescentam-se agora as avançadas biotecnologias da reprodução animal, garantindo também para o futuro as qualidades dos melhores Nelore.
http://www.centralvr.com.br/index2.php?pagina=historico.html


Outro pioneiro e grande criador da raça Nelore é Rubens de Andrade Carvalho, o Rubico, como era conhecido.

A seleção de Nelore hoje desenvolvida na Fazenda Brumado, em Barretos, no estado de São Paulo, tem suas origens no município do Prata, no Triangulo Mineiro.
Em 1918, Francisco Jose de Carvalho (Chiquinho) trouxe animais da Índia, em importação realizada pelo governo João Pinheiro.
Em 08 de Abril de 1920, já com rebanho de qualidade e fornecendo reprodutores a terceiros, Chiquinho Carvalho registra sua marca “F” no Ministério da Agricultura, Industria e Comercio da cidade do Rio de Janeiro, então  Capital Federal.
Na época as raças zebuínas mais utilizadas eram Gir, Guzerá e Indubrasil, mas Chiquinho Carvalho, já via o potencial do Nelore e o elegia como sua raça preferida.

Em 1935, Chiquinho Carvalho e seu filho Rubens de Andrade Carvalho (Rubico) criavam em sociedade um rebanho nelore de qualidade que com o tempo foi acrescido por aquisições feitas de Nicolau Jerônimo de Paula, Rodolfo Machado Borges e João de Castro, nomes de prestigio da raça.
Em 1938, o rebanho foi transferido para a Faz. Cabaçal em Uberaba onde foi selecionado e melhorado por 10 anos.
Rubico muda-se para Barretos em 1948 e em sociedade, agora com seu irmão João Humberto trazem o rebanho de Uberaba para a Fazenda Limoeiro, onde também trabalhavam com agricultura.
Chegaram a ter 600 animais Nelore registrados.
Na Faz. Limoeiro, novas aquisições feitas a Nenê Costa, Otavio Ariani Machado e Durval Garcia Menezes, ajudam o rebanho a dar um grande salto.

No seu trajeto diário de trem de ferro de Barretos para a Fazenda Limoeiro e vice versa, Rubico passava pelas terras de Godofredo Machado.
Eram 585 hectares de terras férteis e boas para criação de gado.
Rubico olhava e pensava:"quando puder, vou comprar esta fazenda e aqui criar meu gado Nelore".
A Fazenda Brumado foi adquirida em 1954.
Em 1962 Rubico Carvalho convida seu tio Veríssimo Costa Jr. (Nenê Costa) para fazerem em sociedade, aquela que seria a ultima e principal importação de gado vivo da Índia.


Numa verdadeira epopeia, foram trazidos para o Brasil os reprodutores e matrizes que hoje imprimem as características da moderna criação do Nelore nacional.
Nenê Costa e o filho mais velho de Rubico, Francisco Jose de Carvalho Neto, ficam 9 meses na Índia, comprando animais das raças Ongole (Nelore), Gyr (Gir), Kankrej (Guzerá), e Kangayan, búfalos Jaffarabad, cabritos, galinhas e plantas.
De Nelore foram compradas 30 vacas e vários machos, onde se destacavam Godhavari, Gonthur, Taj Mahal, Everest, Godar, Nagpur, entre outros.
O navio Cora desembarcou o gado na Ilha de Fernando de Noronha dia 1º de janeiro de 1963.
A quarentena na ilha consumiu 9 meses, que aumentou o gado para 41 fêmeas e 20 machos.
As dificuldades do quarentenário foram enormes, pois Fernando de Noronha não tem porto.
O gado, do navio foi colocado em chatas e daí até a praia. A alimentação do gado, vinha de Recife e o desembarque era feito da mesma maneira.
Uma greve no porto de Recife, atrasou a vinda da comida para o gado.
Os importadores contaram com a colaboração dos moradores da ilha e compraram tudo o que o gado pudesse comer.
Mandioca, bananeiras, enfim, qualquer coisa que pudesse evitar que o gado vindo da Índia, morresse de fome no quarentenário brasileiro.
Felizmente a greve acabou e finalmente em Setembro de 1963 desembarcam no porto de Santos, os animais que mudariam a historia da pecuária brasileira.
Esta importação foi realizada pelos criadores Rubens de Andrade Carvalho, Veríssimo Costa Jr., Torres Homem Rodrigues da Cunha, Celso Garcia Cid e Jacintho Honório da Silva Filho.
Após a importação, o trabalho foi expansão do gado POI (Puro de Origem Importada) e o uso dos reprodutores importados e seus descendentes no gado Nelore que já era criado na Faz. Brumado.
O rebanho foi criado separadamente. A numeração dos animais também foi separada e o gado descendente de antes da importação continuou a ser marcado com a marca “F” e Rubico criou a marca estrela com 4 pontas para identificar o gado indiano e seus descendentes.
Essas marcas são conhecidas e reconhecidas por todos criadores brasileiros e de outros países.
Hoje, praticamente a totalidade dos animais Nelore do Brasil descendem dos animais vindos da Índia em 1962/63.
A continuidade e o aprimoramento do rebanho se deu através do trabalho diário de seleção, da dedicação dos funcionários e do uso constante e ininterrupto das mais modernas tecnologias disponíveis para o melhoramento genético do rebanho em quase um século de seleção.
Em 1968, a inseminação artificial começa a ser usada no rebanho.
Em 1976, é realizado o primeiro Leilão Nova Índia – Brumado.
Em 1980 começa o trabalho com transferência de embriões.
Em 1993 é registrado o primeiro animal da raça Nelore nos EUA; é de propriedade de Rubico Carvalho.
Em 1994 todo o rebanho Nelore POI e PO começa a ser avaliado pelo Programa de Melhoramento Genético da USP, hoje ANCP.
Em 1998 inicia o trabalho pioneiro com Fertilização In Vitro (FIV).
Em 1998, é registrado o primeiro Nelore pela ABCZ na Índia, é de propriedade de Rubico Carvalho.
Em 2004, Jeru FIV Brumado é consagrado Grande Campeão da 70ª Expozebu e se torna um dos principais raçadores do Nelore.
Em 2006 a Faz. Brumado manda para a Austrália material dos seus principais raçadores para avaliação de maciez e marmoreio da carne através de marcadores moleculares/DNA sendo a primeira seleção de zebuínos a usar esta técnica no Brasil.
Em 02/07/2009 é realizado o 34º Leilão Brumado.
Em 18/07/2009 Rubico Carvalho falece em Barretos aos 92 anos de idade.
Rubico Carvalho deixou a esposa, Joana Neli Prata Carvalho e seis filhos; Francisco Jose de Carvalho Neto, Jose Eduardo Prata Carvalho, Maria Tereza Carvalho Garcia Cid, Maria Elisabete Prata Carvalho, Antonio Jose Prata Carvalho e Jose Rubens de Carvalho, todos pecuaristas.
Joana, sua esposa faleceu em 26 de Outubro de 2010, também aos 92 anos de idade.
Antonio Jose Prata Carvalho (Tonico), é o quinto filho de Rubico e Joana e aos 6 anos de idade mudou-se para a cidade de São Paulo juntamente com a mãe e os irmãos.
Voltou para Barretos aos 20 anos e começou a trabalhar com seu pai na Faz. Brumado. Em 1973 começa a fazer as comunicações de nascimento e cobertura do rebanho.
De 1973 a 2009 foram 36 anos de aprendizado e trabalho ininterruptos com seu pai, Rubico.
Neste meio tempo, alem de trabalhar com seu pai, Tonico fez sociedade com o empresário carioca Helio Paulo Ferraz, proprietário da Agropecuária Boa Vista.
Posteriormente participa também da sociedade Marco Antonio Raduan.
A Boa Vista foi integrante do Leilão Nova Índia – Brumado desde sua primeira edição juntamente com Nenê Costa, Rubico Carvalho e Orestes Prata Tibery Jr.
O rebanho da Boa Vista era composto por animais POI de origem de Rubico Carvalho, Nenê Costa, e da Fazenda Indiana de Durval Garcia de Menezes.
Outra parte do rebanho era de animais Nelore Mocho.
A Boa Vista adquiriu a totalidade do rebanho mocho de Durval Garcia de Menezes, sendo este um dos mais antigos planteis do país.
O uso de reprodutores de Ovídio Miranda Brito e Geraldo Ribeiro de Souza na excelente vacada da Faz. Indiana culminaram com os Grandes Campeonatos Nacionais em Uberaba 1990 e 1991 com os reprodutores Paiol e Quebrado da Boa Vista.
Em 1992 foi realizado o Leilão de Liquidação dos rebanhos POI e Mocho da Boa Vista.
A paixão por Zebu sempre levou Tonico a criar diferentes raças, fez o registro nº 1 do Nelore Mocho variedade de pelagens. Criou a raça Kangayan, tendo ganho um macho e duas fêmeas do amigo Chico Amendola. O gado Kangayan foi posteriormente vendido para o preservador das raças indianas Arlindo Drumond.
Criou Gir durante anos e participou da primeira importação de Brahman para o Brasil em sociedade com o irmão Rubikinho e o V8 Ranch do Texas.
Em 1977, juntamente com seu irmão Francisco Jose, Tonico faz sua primeira viagem à Índia, a pedido do pai, Rubico, para analisarem a situação da raça Nelore em seu país de origem.
Mais 9 viagens à Índia até 2010 foram realizadas; inclusive a da ABCZ e do Ministério da Agricultura em 1998 quando foi concedido o registro nº 1 do Livro Especial de Importação ao raçador Anupalem de propriedade de Rubico Carvalho.


No intuito de continuar a criação e preservar o banco genético trazido da Índia em 1962 por Rubico Carvalho, Tonico criou o “Projeto POI Brasil” juntamente com os sócios, Fernando Farias, Pedro Novis, e Jaime Pinheiro.
Foram adquiridas na Liquidação Brumado 22 femeas e 3 machos da mais alta qualidade e de varias linhagens, com variabilidade genética suficiente para a continuidade do trabalho de seleção.
Os animais estão alojados na Fazenda Brumado, onde nasceram e foram criados.
Está sendo feito o trabalho de multiplicação através de FIV e os nascimentos havidos nos levam a crer que o trabalho iniciado em 1918 por Francisco Jose de Carvalho e impulsionado por Rubens de Andrade Carvalho e prol do melhoramento da pecuária se mantém firme e atual.
http://www.fazendabrumado.com.br/historico.htm

Jeru FIV Brumado - Grande Campeão Nacional

“Os homens que foram à Índia, em 1962, eram grandes conhecedores de zebu. Trouxeram para o Brasil o que havia de melhor. Isso teve uma influência extraordinária no melhoramento do nelore. A boiada que pesava entre 13 e 14 arrobas, antes de 64, passou para 17-18 nos anos 70. Quem mais ganhou foi o Brasil.” 
Alberto Alves Santiago, autor do livro “Gado nelore - Cem anos de seleção”.
A genética da moderna pecuária tropical a céu aberto estava a bordo do navio Cora, em 1 de janeiro de 1963. Acabava de penetrar as águas brasileiras em direção a Fernando de Noronha, Pernambuco. Ali, desembarcaria um lote de 400 animais nelore, guzerá, gir, kangayan; além de búfalos, cabritos e galinhas. Os bovinos seriam decisivos na seleção das raças indianas.
Nenê Costa, Dr. Barison Vilares, Cito Castilho e Francisco José de Carvalho Neto (Chico) na Fazenda Hosur em Bangalore, junto a técnicos indianos.

Chico, Tetente, Dico, Nenê Costa, indiana, Dona Olinda e dois indianos na Fazenda Thambran, alugada pelos brasileiros para reunir os animais adquiridos na Índia.

Em pé: Arlindo Pereira, Nenê Costa, Joaquim Vicente Prata Cunha e Francisco José de Carvalho Neto. Sentados: José da Silva (Dico), Dona Olinda A. Rodrigues da Cunha e o indiano Kupsamin. Importadores de nelore na Índia.


Veríssimo Costa Jr. (Nenê Costa), Torres Homem R. da Cunha, Francisca Campinha Garcia e Rubico Carvalho, na homenagem dos 40 anos de importação.

Torres Homem Rodrigues da Cunha, Veríssimo Costa Jr. (Nenê Costa), Rubico de Carvalho, Jacinto Honório da Silva Filho e Celso Garcia Cid, importadores de 1962.





                                               Godhar Imp.
Taj Mahal Imp. (velho).
                       Kunita Imp.                                                              Goothi Imp.  
.         

Chapathy Imp.

                                             
Dentre os exemplares escolhidos a dedo pela comitiva brasileira, que durante meses vasculhara aldeias indianas em busca do nelore puríssimo, estavam Godhavary, Gonthur, Chapathy e Goothy, adquiridos pela Fazenda Brumado. Além de 21 das 40 fêmeas importadas.
                 Godhavary Imp.                                                                   Gonthur Imp.


                 
                                                              Kurupathy  Imp.

“Chegamos a Madras em fevereiro de 1962. Em junho, o gado já estava comprado, mas, naquele ínterim, o Brasil cancelou a importação. A autorização saiu meses depois. Só pudemos voltar em novembro”, lembra-se Francisco José de Carvalho Neto, o Chico, aos 21 anos de idade, na época.
O desembarque em Noronha foi um desastre. A começar pela quarentena do gado, que acabou durando oito meses. “Acabou a ração, o gado quase morreu. Depois, em Recife, com os navios cheios de ração, as autoridades prendem a embarcação durante dois meses. Foi um prejuízo danado”, conta Chico Carvalho.
Três longos apitos quebraram o silêncio da calorenta manhã no porto da antiga Madras, sul da Índia, anunciando a partida do navio Cora rumo ao distante Arquipélago de Fernando de Noronha, nordeste do Brasil. Em três abarrotados andares se espremia uma carga nada comum: 286 cabeças de gado nelore, gir, guzerá, cangaian, além de búfalos, cabritos, galos, galinhas e até plantas – verdadeira arca de Noé. O calendário marcava 21 de novembro de 1962. A viagem durou 42 atribulados dias. “Até hoje escuto aqueles apitos. Sons aflitos que me acompanham no dia e na noite”, afirma o fazendeiro Francisco José de Carvalho Neto, o Chico, de Campo Grande, MS. Enquanto fala, observa com saudade as dezenas de fotos amarelecidas pelo tempo nas paredes de seu escritório. São imagens de bois, muitos bois, e de companheiros corajosos que permaneceram até um ano na Índia em jornadas a pé, de bicicleta ou jipe pelas aldeias no rastro do zebu. Como José da Silva, o Dico, peão famoso devido à capacidade de reconhecer por meio de um simples olhar se uma rês carregava ou não futuro.
http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI176181-18282,00-HERDEIROS+FIEIS+TRECHO.html

Rubico e Torres foram até Brasília falar com o ministro da Agricultura do governo João Goulart. Em 48 horas, o Ministério liberou a autorização para comprar a ração do gado. Em setembro de 1963, finalmente, o zebu da Índia desembarcou em Santos.
O Brasil acabava então de ganhar um patrimônio genético determinante na produção de animais de excelente conformação, eficiência na conversão alimentar, precocidade e ganho de peso.
A “virada da pecuária”, como foi chamada a evolução dos plantéis em bases empresariais, viria décadas mais tarde, resultado da aplicação continuada de capital em genética. E alçaria os currais brasileiros a índices de produtividade comparáveis aos melhores e maiores do mundo.
Para ilustrar a importância da importação de 1962/63, segue o depoimento do Dr. Alberto Alves Santiago, que foi Diretor da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo e autor de vários livros sobre as raças zebuínas, sendo o maior historiador da pecuária brasileira.
“Os homens que foram a Índia em 1962, eram grandes conhecedores de zebu. Trouxeram para o Brasil o que havia de melhor. Isso teve uma influencia extraordinária no melhoramento do Nelore.
A boiada que pesava entre 13/14 arrobas antes de 1964, passou para 17/18 arrobas nos anos 70. Quem ganhou foi o Brasil.”
Alberto Alves Santiago no livro Gado Nelore – Cem anos de Seleção.

Outro importante depoimento é a carta enviada em 22 de Junho de 1996 pelo Dr. Miguel Cione Pardi a Rubico Carvalho sobre a importação da Índia quando o Dr. Pardi era o Diretor Geral do Departamento Nacional da Produção Animal do Ministério da Agricultura.
Seguem alguns trechos da carta:
Prezado amigo Rubico:
Nos meus 84 anos, reuni os colegas que me sucederam na Inspeção Federal no Frigorífico Anglo de Barretos e analisamos os dados de mais de 7 milhões de zebuínos abatidos em Barretos.
Estou lhe enviando um exemplar do trabalho.
Sempre me havia sensibilizado a sua lisura e do nosso querido Sr. Nenê Costa, frente a minha intransigente posição quando Diretor Geral do Departamento Nacional da Produção Animal do Ministério da Agricultura.
Felizmente valeu a persistência dos que tinham visão nítida dos rumos do Nelore em favor da nossa  pecuária de corte e tendo em vista que nada ocorreu em relação a sanidade, que tanto nos preocupava, podemos nos julgar hoje felizes pelo desfecho. 
Os números apresentados constituem a prova mais concreta da evolução do zebu no Brasil e a participação vitoriosa do Nelore.
Um melhoramento tão acentuado, tão rápido, em pastagens de gramíneas possivelmente, não tem paralelo no mundo zootécnico.
Um abraço e minhas escusas por ter estado em campos opostos.
Miguel Cione Pardi




http://www.fazendabrumado.com.br/index.php
http://www.fazendabrumado.com.br/gadonelore.htm

Quando Celso Garcia Cid adquiriu, 1945, de Luís Deliberador, os primeiros 13 alqueires das férteis terras roxas no município de Sertanópolis, certamente não imaginava que ali, futuramente, guardaria as suas "Jóias da Índia". 
Aos poucos foi comprando mais sítios vizinhos até que, em 1951 adquiriu o maior lote, com 285 alqueires, de Amélia Gonçalves, a dona Melica, que ficara viúva há pouco tempo de um grande amigo e vizinho, o Sr. Manoel Gonçalves. 
Enquanto comprava terras para futuramente criar seu gado, já era proprietário da Fazenda São João, no distrito da Warta, a 13 Km de Londrina, onde havia lavoura de café e começara pequena criação de gado Gir, raça que sempre foi sua grande paixão.
Desde sua infância, na pequena Tamaguelos, sua terra natal, na Espanha, demonstrava o amor pelos animais, pois o que mais gostava de fazer, para ajudar a mãe viúva, era estar trabalhando com o boi, que puxava o arado para cultivar a terra. 
E para cuidar dessas novas terras, que se situavam à margem esquerda do Rio Tibagi e que com certeza ele já pressentia que seriam classificadas entre as três melhores do mundo, encontrou a pessoa certa: Ildefonso dos Santos, que anos mais tarde seria o seu companheiro na grande jornada que foi a importação de zebu da Índia. O próprio Ildefonso contou a Domingos Pelegrini Jr., autor do livro "O tempo do Seo Celso" algumas coisas interessantes: 
"A paixão de Celso por bois indianos não parava de aumentar, ao mesmo tempo em que cresciam suas decepções com os animais comprados. Ildefonso testemunhava essas decepções... -
Era a frustração dele naqueles anos, um homem rico, respeitado, ainda na casa dos cinqüenta anos, e com aquela amargura, que ele disfarçava, mas para mim contava: "Um dia nós ainda vamos criar zebu do melhor e vender pra criadores do Brasil inteiro!" Então um dia eu falei: só se a gente for buscar zebu na Índia! Ele ficou balançando a cabeça e pensando." 
Em 1957 enviou ao Ministério da Agricultura os primeiros pedidos de autorização para importação. As respostas negativas eram automáticas. O espanhol teimoso pareceu se acalmar por uns tempos; foi quando se desiludiu com as últimas três vacas adquiridas. O tempo mostrou que eram, todas as três, vacas inférteis. Incidente tão prosaico motivou a maior decisão da vida de Celso. 


Ildefonso não se esquece que estava pescando na fazenda, com Celso ao lado, pensando e olhando a água, as três vacas na cabeça. 
- Esquece isso seo Celso. Fora de Minas, zebu só mesmo buscando na Índia, já falei!
- E você tem coragem de ir, Ildefonso?
- Se o Sr. comprar, eu trago.
- Mas é proibido, Ildefonso.
- Mas é só lá que a gente vai conseguir. 
Celso não falou mais nada. Dormiu na fazenda. No dia seguinte, cedinho, foi procurar Ildefonso. 
- Como é? Ta mesmo decidido?
- Resolvido a que, seo Celso?
- Buscar gado na Índia, nós não vamos buscar gado na Índia?! 
E a Fazenda Cachoeira, como ele a batizou, por causa da queda d'água que então havia no Rio Tibagi, que serpenteava entre as terras férteis, foi portanto, o lugar preparado para futuramente receber os tão sonhados reprodutores e matrizes zebuínos de seu país de origem. No início ele ia lá nos finais de semana, não para descansar do trabalho diário, mas para trabalhar ainda mais, lado a lado com o peão, o tratorista, o carpinteiro, o pedreiro. Construiu sede, colônia, represa, curral, sempre supervisionando tudo, cuidando de todos os detalhes. 
A entrada da fazenda ele escolheu com o coração. Abrindo uma estrada no meio da mata virgem, deparou-se com uma enorme peroba bem no meio do caminho traçado por ele. Não teve dúvidas: fez uma pequena curva, abrindo em duas a estrada, para mais adiante voltar a ser uma só, até a porteira. 
A peroba está lá até hoje e a mata virgem guarda o mesmo colorido verde forte e o mesmo cheiro de pau d'alho. Foi determinado por ele que se preservasse a mata, isso nos anos 50, quando a palavra ecologia ainda não estava nem na moda. 
Com certeza, além da preservação, cada vez que passava por lá, ele gostava mesmo era de recordar dos tempos idos (1930), em que cortava a mata virgem, solitário em seu caminhãozinho Ford 1929, carregando telhas e tijolos, desde Jataizinho até a nascente Londrina e depois com seus passageiros na jardineira da empresa em que, no início, era patrão, motorista e mecânico. Era tudo. 
Quando por volta de 1957, ele começou a falar em nossa casa que queria ir à Índia, berço das raças zebuínas, buscar gado puro de origem para melhorar a genética do gado nacional, nós tínhamos certeza de que ele o faria, mas não imaginávamos que aquele sonho se transformaria numa verdadeira epopéia: a epopéia do zebu. 
A história já é bem conhecida de todos, mas queremos citar alguns trechos do livro já mencionado: "Uma revolução genética, nada menos, era o que Celso via naqueles anos finais da década de 50, quando seu interesse pelo zebu aumentou a ponto de estudar, também, a Índia. Passou a visitar técnicos do Ministério da Agricultura, veterinários e zootecnistas, colhendo a convicção de que haveria, sim, ainda na Índia, verdadeiras "jóias raciais", animais puros que poderiam "refrescar o sangue e aumentar a produtividade dos rebanhos não só no Brasil como de toda a América Tropical."
Consta que nunca brasileiro algum andou nesta região da Índia. Aqui nos chamam a atenção os bois carreiros. São muito grandes as plantações de arroz e cana, e usam os bois como meio de transporte. Vimos bois de carro que são verdadeiras jóias Nelore." (Benzwada - Vijayawada, Estado de Andras, Índia, 19 de janeiro de 1959). 
"Do lote de 112 animais importados, cederá 60 para criadores entendendo-se que "ceder", entre pecuaristas, não significa apenas vender, mas fazer negócios propícios à continuação das linhagens, amarrando laços de amizade entre criadores para futuras cruzas e trocas. A partilha de Celso será a maior já feita de uma importação de gado indiano." 
"Na exposição de Londrina, em abril de 1961, continuará a fazer, de terno e gravata, o que raros criadores fazem: desfilar, com os animais pela pista, a varinha de peroba numa mão, na outra a corda do cabresto, sorriso de paz com o mundo." 
A grande amizade entre o Maharaja of Bhavnagar iniciou-se através de uma visita, que Ildefonso fez logo após ter chegado à cidade de Bhavnagar, quando telefonou ao palácio a fim de marcar uma hora para ver o plantel, pois já havia comprado quatro novilhas nas redondezas, sem saber que eram filhas de Krishna. Atendeu o secretário, que por sorte falava um pouco de português, e disse que o marajá não tinha interesse em vender gado e que não ia recebê-lo, mas o marajá estava perto do telefone e perguntou quem era. 
Ao saber que era um brasileiro interessado em comprar gado gir, ficou curioso e mandou que estivesse no palácio em meia hora. Ildefonso foi a pé, chegou empoeirado e suado, de sapatão e chapéu e mangas de camisa, mas chegou na hora exata, 17h30. Pediu desculpas pela roupa, mas o marajá o recebeu cordialmente, dizendo que esperava que um criador de gado estivesse vestido como tal. 
Tomaram chá com bolachas e Ildefonso soube pelo secretário que era o primeiro brasileiro a entrar no palácio. Conversaram longamente sobre a intenção de Celso: levar gado indiano para o Brasil. A conversa foi até depois de meia-noite, ficando assim estabelecida a amizade verdadeira e duradoura, que até hoje existe. No dia seguinte, Ildefonso perguntou sobre o touro Krishna, que estava num retiro, já vendido a uma sociedade leiteira, mas contou que enviara fotos a Celso e recebera telegrama taxativo: "compre urgente esse touro!" 
O marajá sorria e autorizava: muito bem, vendessem o touro aos brasileiros. Numa página de seu diário de viagem está anotado: "À noitinha vamos visitar o marajá, o qual nos recebe com fidalguia (...) e nos convida para uma caçada no dia seguinte". 
Mas o que na realidade o marajá percebe naqueles dois brasileiros destemidos é que encontrou alguém digno de receber de herança a linhagem gir, desenvolvida pela sua família durante 2000 anos, com três séculos de cruzamentos registrados em caprichosos livros de anotações. Apaixonado por genética e também encarando como missão pessoal a salvação de uma raça tão dócil e resistente, o marajá procurava há algum tempo um guardião para seu tesouro. 
E de fato, alguns anos mais tarde, em 1965, após a sua morte, seu herdeiro e novo Maharaja of Bhavnagar, Virbhadra Singh, envia uma carta, na qual expressa a última vontade de seu pai: doar o seu rebanho à família Garcia Cid. 
Trazer os animais foi uma verdadeira epopéia. Contra tudo e contra todos, contando apenas com seus filhos e amigos mais fiéis, desafiou as leis mais arcaicas e cruzou os mares, trazendo com ele os reprodutores e matrizes que iriam mudar a história da criação bovina no país. 
Os animais na ilha. Alimentá-los era uma luta diária, com os homens procurando capim nas ilhotas próximas, enfrentando águas infestadas de tubarões. Mas o gado reage, viceja, ganha força e engorda.
Nandini, Shakuni, Nalini e Maharani. Quatro linhagens especiais trazidas da Índia por Celso Garcia Cid, foram a base sobre a qual também se assentou a moderna pecuária brasileira, a partir da Fazenda Cachoeira. 
Poucos anos depois, Celso Garcia daria início a um ritual que se repetiria enquanto ele estivesse vivo: de terno e gravata, sempre com a varinha de peroba na mão, faria questão de desfilar e apresentar - ele próprio! - seus animais de raça, nas exposições por este Brasil afora. E os prêmios começaram a ser recebidos. Às centenas. E até hoje o gado da Fazenda Cachoeira é laureado. 
Na foto , uma das poucas em que está sem paletó, tem nas mãos Krishna Sakina DC, seu animal favorito, filho de Krishna, trazido da Índia.
Celso com o nelore Arjun, em uma exposição
Com Parev, exemplar da raça Guzerá
Celso e Krishna Sakina DC, da raça Gir.












Após o falecimento de Celso, em 1972, Francisca não teve dúvidas. Sabia que o que Celso havia sonhado e conseguido com tanta luta, não poderia ser interrompido.
Reuniu os filhos e disse que o trabalho de Celso tinha que continuar. Foi o que aconteceu. Nada parou. Tudo seguiu adiante. 
A Fazenda Cachoeira continuou a se preocupar com o melhoramento genético de seu plantel. Desde a inseminação artificial, na qual foi uma das pioneiras no gado zebu e hoje com a transferência de embriões e fertilização in vitro, estando sempre à frente das mais novas e modernas técnicas de reprodução.
Dona Francisca e Nampa DC, na sede da fazenda.
Dona Francisca sempre foi a companheira que apoiou Celso em suas lutas, incentivando suas idéias. Mesmo quando as coisas estavam muito, muito difíceis na luta pela importação e ela, certo dia, disse a ele:
- Celso, você é teimoso!
- Teimoso não, eu sou persistente! 
Ela concordou, pois estava certa de que ele venceria todos os obstáculos que encontrasse. D. Francisca, que esteve em todos os momentos ao lado do marido, com sua presença calma e silenciosa, sempre com muita tranqüilidade, foi a sua maior colaboradora. 
Hoje, os filhos, netos e bisnetos, dão continuidade ao trabalho de Celso e Francisca na Fazenda Cachoeira, estando sempre trabalhando para o aprimoramento da pecuária brasileira, e certos de uma frase de Celso: 
"Nada nos pertence, tudo é dádiva de Deus!" 
 http://www.cachoeira2c.com.br/historia.asp


O rebanho Nelore da Fazenda Cachoeira no Paraná é um dos melhores do Brasil.

                            






Hoje é administrado pela filha do Celso, Beatriz e por seus dois netos, Gustavo e 
Gabriel.


Jaime Nogueira Miranda
Produtor e pecuarista (1927-1995)
Jaime Miranda, um apaixonado por cafeicultura, incentivador do cooperativismo, fundador da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Garça, a GARCAFÉ, foi presidente do IBC – Instituto Brasileiro do Café, entre outras atividades importantes realizadas em prol do crescimento da cafeicultura nacional.
Nos anos 70, a paixão e a visão para os negócios passou a se dividir entre a cafeicultura e a pecuária de elite, quando então iniciou as atividades da Estância JM e a formação de um plantel de animais que ajudaram a mudar a genética do gado nelore no Brasil.
Nasceram então os reprodutores GIM DE GARÇA e LUDY DE GARÇA, dois dos mais importantes genearcas da raça. Com animais premiadíssimos nas melhores exposições, e muito valorizados em leilões pelos 4 cantos do país, a marca JM tornou-se referência na pecuária seletiva nacional.
Em 2008 seu filho Jayme Santos Miranda dando continuidade aos negócios na cafeicultura deu início a implantação de um projeto de irrigação em Minas Gerais.
Este projeto traz o que de mais moderno existe na cafeicultura e foi implantado no distrito de Catiara, municipio de Serra do Salitre, região do Cerrado Mineiro onde são produzidos os cafés mais finos do Brasil. Na pecuária tornou-se a exemplo do pai, figura de destaque no meio, presidindo a ACNB - Associação dos Criadores de Nelore do Brasil. O plantel Nelore continua na região de Garça-SP, na Fazenda Santa Emilia.


GIM DE GARÇA:  De 1977 à 1978, Gim de Garça, venceu todos os 20 campeonatos que participou. Com 2 anos, foi o grande campeão da raça na Exposição de Bauru. No mesmo ano, impressionada com o desempenho daquele reprodutor, a central de inseminação Lagoa da Serra, localizada em Sertãozinho-SP, contratou o animal para retirar e comercializar seu sêmen. A partir daí, produziu 240.000 doses de sêmen!


LUDY DE GARÇA - O divisor de águas da Raça nelore.
Campeão progênie de Pai;
Pai de inúmeros touros de central e ótimas matriarcas. Dentre eles: Panagpur Al da Paul., Bitelo da SS, Zefec Abdala, Taju de Garça, Império WA, Gênio da Arco Verde, Dali TE da Quilombo, Betina Mj do Sabiá, Badalada 3R, entre outros.
Ótima expressão racial, ossatura forte, carcaça ímpar na raça, comprimento e altura excelentes e um invejável posterior, são algumas das características deste excelente animal. Foi recorde de peso de todos os tempos na Expo Nacional de Uberaba 1985, onde pesou 1.129 kg, tido seguramente como uma das melhores opções à disposição do mercado.
Além de ser recordista em volume de produção de sêmen na raça, tornou-se a partir de 1985 o maior destaque no nelore, o que lhe conferiu a posição de recordista em comercialização de sêmen no país.
Premiações: Campeão Sênior na Expozebu/1985, Reservado Grande Campeão na Expoinel/1984.


O trabalho desenvolvido pelos criadores foi realmente notável. Mas certamente tiveram muita ajuda nas ferramentas desenvolvidas pelos Programas de Melhoramento Genético.
O melhoramento genético é uma ciência utilizada em plantas e animais que visa aumentar a frequência de alelos favoráveis em uma população animal ou vegetal.
Para que seja iniciado um programa de melhoramento é necessário haver variabilidade genética na população, e o progresso do programa será maior tanto quanto for maior essa variabilidade.
O melhoramento genético de vegetais é área de conhecimento da agronomia (culturas e fruticultura) e á engenharia florestal (árvores). O melhoramento genético de animais é área da zootecnia. O processo de melhoramento é contínuo, uma vez que o animal é melhorado visando atender ás exigências do mercado consumidor e do sistema produtivo, como as exigências do mercado variam assim como o desenvolvimento de tecnologias otimiza o sistema de produção os objetivos de um programa de melhoramento devem ser atualizados.
O melhoramento genético aumenta a eficiência produtiva dos seres vivos, utilizando as técnicas de seleção e cruzamento. Mais recentemente ferramentas moleculares estão disponíveis, possibilitando a "MAS" que vem do inglês "seleção assistida por marcadores moleculares".
Em animais, o desempenho animal é função da ambiência, da nutrição e da genética. A eficiência de produção animal se desenvolve á medida que esses três fatores se desenvolvem.
Em uma população existem fenótipos que interessam mais ao homem, seja para a produção de carne, ovos, leite, couro, madeira, óleo etc. O objetivo do melhorista é, portanto, aumentar a eficiência produtiva desses organismos.
No melhoramento clássico existem duas formas de se melhorar indivíduos: Seleção e Cruzamento.
A natureza, ao longo de milênios selecionou os organismos através da seleção natural, a seleção artificial realizada em um programa de melhoramento é visa influenciar diretamente nos acasalamentos (não sendo mais aleatório). Essa manipulação dos acasalamentos - escolhendo os machos e fêmeas que irão se acasalar - levará a um aumento na proporção de loci com alelos que codifiquem características fenotípicas favoráveis nos descendentes.
A seleção consiste em escolher os pais da próxima geração que apresentam um maior número de alelos favoráveis (ex.Crescimento,resistência a doenças, produção de sementes, produção de leite, etc.).
O cruzamento consiste em acasalar indivíduos diferentes geneticamente (ex. Bovino Gir x Bovino Holandês) para desfrutar da heterose e complementariedade. Heterose é o fenômeno que ocorre quando o desempenho médios dos filhos é superior a média dos pais, esse fenômeno ocorre porquê a maioria das características desejáveis apresentam caráter dominante, e, ao se cruzar indivíduos puros diferentes, há um aumento no número dos loci em heterozigose (ex. AaBbCcDd) esse fato leva a progênie possuir mais alelos favoráveis.
O "contrário" da heterose seria a endogamia, ou seja indivíduos, com grande número de loci em homozigose (ex. AAbbCCddeeffGG). Alguns alelos, principalmente os recessivos, quando em homozigose podem levar o indivíduo a expressar características deletérias, como síndromes, deformidades e diminuição do desempenho das características de baixa herdabilidade, que são controladas por muitos genes, como as características relacionadas a reprodução, resistência a doenças etc.
Os seres vivos possuem vários pares de cromossomos. Cada um destes possui genes que são os responsáveis pela expressão das características dos indivíduos. Na divisão celular que antecede a formação dos gametas masculinos (espermatozóides) e feminino (óvulo) os pares de cromossomos se separam e assim cada um reúne a metade do número de cromossomos da célula original.
Cada novo indivíduo recebe ao se formar um conjunto de cromossomos do pai e outro da mãe sendo restabelecido o número de cromossomos da espécie. Na reconstituição dos cromossomos, a predominância ou não dos genes para uma mesma característica determinará se ela será expressada ou não. A observação de muitas gerações nos permite ainda identificar características de alta herdabilidade, ou de baixa herdabilidade.
Na medida em que se promove o melhoramento genético por um programa de seleção eficaz, e que este se perpetua por muitas gerações mantendo-se o mesmo critério de seleção, há redução da variabilidade genética como resultado do incremento de homozigose.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Melhoramento_gen%C3%A9tico


PROGRAMA NELORE BRASIL

Em abril de 1988 o programa Nelore Brasil foi instituído com a participação de criadores que acreditavam na contribuição da ciência para melhorias no campo e de pesquisadores do Departamento de Genética da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo).
Ao longo dos anos, o programa passou por várias transformações e conquistas. Alguns fatos foram marcantes e determinantes nessa história, como o embrião do Nelore Brasil, primeiro projeto de melhoramento genético de Nelore do Estado de São Paulo, constituído por dois pioneiros do setor: Arnaldo Zancaner, criador persistente e entusiasta da ciência, e o engenheiro agrônomo e geneticista Prof. Dr. Warwick Estevan Kerr, especialista que sempre compartilhou sua experiência. 
Nestes 25 anos, o progresso genético obtido pelas fazendas participantes do Nelore Brasil tem contribuído para tornar a pecuária nacional cada vez mais eficiente. Uma história viva, que continua a evoluir.
ANCP

A Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) foi instituída em abril de 1996, após mais de 30 anos de trabalhos desenvolvidos por pesquisadores do Departamento de Genética e Matemática Aplicada à Biologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, marcando a história da pecuária nacional por unir criadores e pesquisadores com o objetivo de aprimorar e desenvolver novos programas de Melhoramento Genético. Outro propósito foi atender às portarias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que tratam do registro e emissão do Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP). 
Por meio das avaliações genéticas é possível identificar, selecionar e oferecer ao mercado, reprodutores e matrizes superiores para características de interesse econômico, como fertilidade, ganho de peso e qualidade de carcaça.
A ANCP com sede em Ribeirão Preto (SP), coordenada pelo Prof. Raysildo Barbosa Lôbo, é uma instituição ímpar no Brasil e no mundo por agregar pecuaristas selecionadores de bovinos das raças Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã, localizados em 18 estados brasileiros, Bolívia e Paraguai.
Atualmente a ANCP trabalha com mais três programas de melhoramento genético, além do Programa Nelore Brasil, sendo eles: o PAGRG (Programa de Avaliação Genética da Raça Guzerá– Guzerá Brasil), o PMGRB (Programa de Melhoramento Genético da Raça Brahman) e o PMGRT (Programa de Melhoramento Genético da Raça Tabapuã). Os quatro programas totalizam mais de 2,2 milhões de animais avaliados e mais de 6 milhões de pesagens que garantem a consistência do programas de melhoramento da ANCP.
http://www.dino.com.br/releases/ancp-celebra-os-25-anos-do-programa-nelore-brasil-dino8904981

O sabor da carne do Nelore é muito apreciado pelos brasileiros e agora também pelos consumidores do exterior.

A linha de cortes bovinos Seara Natural foi desenvolvida na medida certa para atender consumidores que buscam uma alimentação saudável e rica em benefícios. A carne é proveniente de animais criados exclusivamente em sistema de pastagem, integrantes do Programa Qualidade Nelore Natural - PQNN, obedecendo às condições de bem-estar animal, responsabilidade social e ambiental, o que torna os produtos mais saudáveis e que proporcionam ao consumidor um equilíbrio nutricional.

O gado Nelore além da sua excepcional rusticidade e produtividade possui uma beleza extraordinária.

Seu porte altivo, elegância e orelhas alertas tornam o Nelore a raça mais bonita entre todas as raças de bovinos criadas no Mundo.


Fontes : além das já citadas















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